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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Arius, a primeira rádio comunitária na Paraíba

Massilon Gonzaga (ao centro) recebe título de cidadão campinense. Ele nasceu em Pombal/PB)

Por Rodolpho Raphael de Oliveira Santos

A comunicação comunitária é aquela feita para as comunidades, para os grupos que geralmente são excluídos diretamente da midiatização pelos meios de comunicação de massa mostrados como aqueles meios convencionais, ou seja, são os meios de rádios, TVs, portais, jornais e revistas.

Em muitos casos, ao invés de contribuir para a cidadania e a formação, a Paraíba também passou por um processo de democratização e aceitação das rádios comunitárias. Um bom exemplo foram as tentativas de implantação das rádios universitárias, porém não ouve êxito devido ao comprometimento político-partidário e às possíveis revoltas entre estudantes e políticos pelos dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações): a Paraíba conta com 104 entidades legalizadas para o serviço de radiodifusão comunitária. "O quadro apresentado pelas rádios comunitárias da Paraíba dá conta de que essas estão, literalmente crítica de seus ouvintes, está servindo para promover lideranças políticas locais" (SIMPLICIO 2006).

A criação da rádio Ariús foi a concretização de um sonho e a construção de um legado de pessoas que lutaram para levar a informação para todos. A necessidade de um laboratório no curso de Comunicação Social na UEPB levou Massilon Gonzaga a ter a ideia de montar uma rádio universitária. Nos anos 80, era uma grande febre, depois de inúmeras tentativas e com interferência de alguns políticos a rádio não foi ao "ar" porque na época políticos que tinham certa influência não aceitavam a implantação de uma rádio universitária devido a futuros conflitos e revoltas entre estudantes e políticos.

Assuntos das comunidades

Após vários anos e ainda com esperanças para a realização do seu projeto, Massilon Gonzaga, tendo conhecimento da publicação da lei de difusão da rádio comunitária em 1998, cria então uma rádio com os mesmos propósitos, o de auxiliar os estudantes de comunicação. Conseguiu um local para implantar a rádio no Catolé e teve apoio de várias pessoas ligadas à cultura, entre eles Ronaldo Cunha Lima. Contudo, a rádio ainda não entrava no ar e a criação só estava no papel. Foi então, em 11 de outubro de 2001, dia do aniversário de Campina Grande, que a rádio Ariús teve sua primeira transmissão, sendo chamada de Ariús em homenagem aos índios Ariús que fizeram parte da história de Campina Grande.

As rádios comunitárias são hoje um tipo de mídia de maior representatividade em grupos mais segmentados em termos de alcance midiático. Essas rádios atuam principalmente focalizando assuntos das comunidades, dos grupos marginalizados, dos grupamentos e segmentos sociais não considerados pelas mídias tidas como consagradas.

As dificuldades que cercam o movimento das rádios comunitárias brasileiras guardam relações com o de outros países da América Latina, região notória por suas ricas experiências na área.