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sábado, 28 de fevereiro de 2015

Rádio Progressiva, uma comunitária de verdade




Por Marcelo Delfino

Na história das rádios comunitárias e/ou livres da década de 1990 da cidade do Rio de Janeiro, o capítulo mais destacado cabe à extinta Progressiva FM 91,3, emissora que tinha sede e torre no Complexo da Maré. A emissora era tocada por uma equipe de ativistas sociais, que tinham Wladimir Aguiar à frente.

A Progressiva FM tinha um alcance excepcional. Além de atingir facilmente com sinal local todo o bairro de Bonsucesso, a rádio chegava com diferentes níveis de sinal a lugares distantes como outros bairros da Zona Norte que margeiam a Avenida Brasil, a Ilha do Fundão, Pilares (de onde eu ouvia a emissora), Inhaúma e alguns pontos de São Cristóvão, Centro, Rio Comprido, Tijuca, Maracanã e Praça da Bandeira.

Tenho aqui um texto que coloquei na definição da comunidade da Progressiva FM que criei no Orkut:

Nos anos 90, houve uma rádio no bairro carioca de Bonsucesso, na freqüência FM 91,3. Chamava-se Progressiva FM, e foi a melhor rádio rock que esta cidade teve nos anos 90. A rádio foi extinta.

Dificilmente teremos a Progressiva FM no ar novamente. Pode ser que ela volte em breve, como web radio. De qualquer forma, fica aqui este espaço para todos os profissionais e ouvintes daquela rádio vanguardista lembrarem daqueles dias heróicos em que tínhamos uma rádio de verdade, de rock de verdade.

De fato, a programação da Progressiva FM foi a melhor do gênero em sua época. Era melhor até que a Fluminense FM, nos anos que coincidiram o início da Progressiva e o fim da Fluminense. A Progressiva tinha a vantagem da independência total, por não ter ezecutivos tacanhos como os que mataram a rádio niteroiense várias vezes. A planilha da rádio era vasta e variada. A ponto de ter incluído uma música de uma banda de rock cristão: a música Abrir os olhos, do Resgate. Apesar do nome, a emissora não transmitia apenas música progressiva. Apresentava todos os estilos de rock. Dos medalhões, passando por nomes indies daqui e do exterior, bandas artisticamente relevantes, os grandes nomes do rock brasileiro até as boas novas bandas brasileiras da época. A rádio de fato tocava todas as boas gravações de bandas independentes que chegaram lá, muitas vezes em fitas demo cassete.

A rádio tinha programas diários e programas semanais dedicados a segmentos específicos. O mais destacado era o Artigo 5º, só com bandas independentes. O nome do programa fazia alusão ao Artigo 5º da Constituição, que tem eu seu item IX:

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença

Vários radiodifusores de rádios autenticamente comunitárias pelo país afora usam até hoje esse texto (especialmente a expressão independentemente de censura ou licença) como motivo para colocarem essas emissoras no ar, mesmo na condição de rádios piratas.

Eu ouvia constantemente esse programa Artigo 5º. O programa era literalmente sem censura. Jogavam ouvintes no ar ao vivo, sem fazer distinção entre os ouvintes. Cheguei a entrar no ar ao vivo, para debater com Wladimir e os outros integrantes do programa a compra e o arrendamento de emissoras de rádio oficiais pelo país afora, já naquela década. Tema que surgiu numa das edições do programa. Também entrei no ar para debater sobre o circuito de rock independente da cidade.

Por algum motivo ainda não esclarecido, a Progressiva FM aumentava a sua potência uma vez por semana, exatamente no horário de 20 a 22h das quintas-feiras, que era o horário do Artigo 5º. O sinal da rádio aumentava tanto que eu a sintonizava com sinal local em Pilares, não com sinal raquítico como de costume. Invariavelmente o Artigo 5º se estendia além do seu horário. Teve edição que acabou quase à meia-noite. Era até curioso ouvir a rádio baixando a potência depois do programa. Até o volume de som diminuía.

Para cumprir sua função de rádio comunitária, a Progressiva FM fazia parceria com associações de moradores do Complexo da Maré e com outras entidades que atuavam ali. A rádio não tinha comerciais. No lugar deles, colocava campanhas e mensagens educativas. Havia uma que recomendava explicitamente a substituição da margarina por manteiga, por ser mais saudável.

A Progressiva FM entrou no ar antes mesmo do fim da Fluminense FM (1994). A Progressiva FM acabou virando, obviamente, a nova rádio rock do Rio, pra quem podia sintoniza-la. Surgiu sem fazer propaganda. Só o barulho característico dos rocks que transmitia. Houve uma época em que agentes da Anatel diziam que era "questão de honra" achar e fechar a Progressiva FM. Só que não conseguiram. A rádio saiu do ar cerca de oito anos depois de entrar no ar. Foi extinta na mesma época em que a Rádio Cidade foi arrendada pelo projeto "Rede Rock" da 89 FM paulistana.

O próprio Wladimir deu a sua versão sobre o fim da rádio no Orkut:

Sonho acabou, isso mesmo, foi um sonho pensar que poderímos manter no ar uma emissora tão idependente quanto a Progressiva FM. Não foi a PF, a Anatel ou a pressão das outras emissoras, e sim o tempo,'time for money'.
Foi como um amor de verão curtido intensamente que durou 8 anos.
Sobrou na equipe apenas eu e a Alyne Fernandes, e resolvemos desaparecer do dial da mesma forma que surgimos, misteriosamente.

Mantivemos a Progressiva FM no ar por mais de 8 anos com recursos próprios, era a resistência undergound no dial carioca, participamos de momentos históricos como a tomada da reitoria da UFRJ, fomos citados em vários veículos de comunicação como a voz do submundo, várias bandas que hoje fazem sucesso deixaram sua fitinha demo lá.

Chegamos a ser a nº 1 na lista da Polícia Federal para ser fechada, para a Anatel era questão de honra lacrar a Progressiva FM, resistimos até o fim sem sair do ar, nunca conseguiram nos pegar.

Encerramos nossa programação no auge de audiência, com a consciência do dever cumprido.

Este é um breve histórico da saudosa Progressiva FM. Sinceramente, eu gostaria que a situação do dial carioca fosse completamente diferente, hoje. A situação só piora, desde o início da década de 1990. As rádios cariocas, sejam grandes, comunitárias ou piratas, estão quase todas entregues à politicagem, à Música de Cabresto Brasileira, ao jabá musical, jornalístico e esportivo e à picaretagem gospel.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

A rádio comunitária é de quem mesmo?

POR DALMO OLIVEIRA

A mídia paraibana divulgou com estardalhaço hoje a notícia de mais uma rádio “comunitária” incendiada criminosamente. Desta vez aconteceu em Alhandra, no litoral sul do estado. Além do crime contra a liberdade de expressão, o que mais chama atenção na notícia é que todos os veículos da imprensa local noticiaram que a emissora PERTENCE ao deputado estadual Branco Mendes (PEN). Mas como assim? Rádio comunitária com dono? Ainda mais um político…
Na Paraíba pode tudo e o fato é que a imensa maioria das concessões liberadas no estado para rádios comunitárias está na mão de “proprietários”, boa parte deles com mandato eletivo ou de laranjas vinculados aos políticos. O caso de Alhandra é apenas mais um e chama a atenção porque o deputado sequer sente constrangimento em ir para imprensa dizer que possui uma emissora FM “comunitária” há mais de 15 anos.
O pesquisador Fábio Mozart, em seu livro “Democracia no ar”, já havia feito uma radiografia dessa situação das rádios que se dizem comunitárias na Paraíba. O coronelismo eletrônico é abordado também em diversas teses e dissertações nas universidades, mas o Ministério da Comunicação continua leniente em relação a esse tipo de fraude.
O estelionato midiático ocorre de norte a sul, mas não se pode indicar culpados individuais. O problema está na falta de consciência e de educação para comunicação do povo em geral. As verdadeiras rádios comunitárias são desprezadas pelo público ouvinte de rádio. As emissoras da comunidade não se sustentam porque a própria comunidade se negar a anunciar nelas, sem falar que a atual legislação impede que as comunitárias possam anunciar comerciais como fazem as emissoras comuns.
Desse jeito, as FMs que se dizem comunitárias são presas fáceis dos interesses políticos paroquiais. Se tornam repetidoras das grandes redes radiofônicas e não servem ao papel para o qual foram pensadas: a emancipação das comunidades e da cidadania.


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Mais uma rádio comunitária incendiada na Paraíba


A rádio comunitária de Alhandra tem fortes laços políticos 

A rádio comunitária Alhandra FM, no município de Alhandra, litoral sul do estado, foi incendiada por volta da meia-noite  e dez minutos desta quinta-feira (26). Segundo informações, o incêndio destruiu o transmissor, microfones e a mesa de áudio. Um carro de som que estava ao lado da rádio também foi incendiado. A rádio pertence ao deputado Branco Mendes do PEN que denunciou o fato à polícia e promete recolocar a emissora no ar o mais rápido possível.
De acordo com o vigilante do local, “Seu Arlindo”, ele saiu por cerca de uma hora para ir até sua residência, que fica próxima à emissora, ao voltar, a rádio já estava pegando fogo e com muita gente no local. Seu Arlindo informou que a porta que dá acesso ao transmissor e estúdio da rádio foi arrombada. Um carro de som que pertencia à emissora, também foi incendiado.
A Alhandra FM existe há 15 e foi criada através de uma associação de moradores, que teve todo equipamento e o prédio onde funciona a emissora, doados pelo deputado Branco Mendes.
Através das redes sociais, o deputado se pronunciou. “Quero chamar a atenção da imprensa da Paraíba e das autoridades para este incêndio. Colocaram fogo na Rádio Alhandra FM, emissora que sou apoiador, e que cedi os equipamentos e o prédio onde funciona a rádio. Um veiculo Kombi de Som que estava na garagem, também foi incendiado”, disse Branco Mendes.
Ainda de acordo com o deputado, ele não quer acreditar que a ação possa ter sido um ato de terrorismo contra a liberdade de expressão, mas, tudo indica que sim. Por isso, vai exigir a apuração do caso.
O prejuízo, conforme o diretor de programação da emissora, Henrique Silva, é grande. “Foi um prejuízo enorme e infelizmente ficaremos fora do ar, sem atender às necessidades dos cidadãos alhandrenses”, lamentou.
A perícia será realizada na manhã desta quinta-feira e o laudo apontará se o incêndio foi criminoso ou não. 
Com portaldo Litoral PB


 Polemica Paraíba

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Alo Comunidade 182 VALDO ALMEIDA

 



Nesta edição Fábio Mozart conversa com Valdo Almeida sobre futebol, política e memórias itabaianenses. Produção e apresentação de Fábio Mozart. Sonoplastia de Maurício José Mesquita.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

AMARC realiza assembleia geral em Gana


A Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARC) realizou uma convocatória a todos seus integrantes em diferentes países do mundo para a Assembleia Geral da AMARC que ocorrerá entre os dias 10 e 14 de agosto deste ano na cidade de Acra, em Gana, na África.

O encontro marca a décima primeira Conferência Mundial da organização e está sendo feito em parceria com a Rede de Mídias Comunitárias de Gana (Ghana Community Radio Network). Representantes da AMARC em todo o mundo foram convidados a comparecer à Assembleia.

Por meio de um comunicado público, a chilena Maria Pia Matta, presidenta da Associação Mundial de Rádios Comunitárias, destacou a importância de realizar uma Assembleia Geral. Segundo ela, o objetivo do encontro é elaborar um Plano de Ação para a AMARC para os próximos quatro anos. Além disso, Maria Pia ressaltou que será uma oportunidade para que os integrantes da AMARC debatam sobre os desafios que a organização enfrentará nos próximos anos.


Durante esta Assembleia, os associados também irão eleger os homens e mulheres que formarão o novo Conselho Administrativo Internacional da organização.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Rádio Zumbi tenta entrevista pela terceira vez

No dia Internacional da Língua Materna, hoje, 21 de fevereiro, finalmente vou entrevistar o compadre Valdo Enxuto, nosso camarada Valdemir Almeida, conversa por duas vezes adiada por questões técnicas na Rádio Tabajara da Paraíba AM. Se não houver mais nenhum imprevisto, às 14 horas deste sábado, dia 21 de fevereiro, vamos nos dar ao direito de tomar por termo para a posteridade as reminiscências desse cidadão itabaianense, ícone do esporte e da vida social de nossa terra, Itabaiana do Norte.
Valdo é um daqueles sujeitos que vêm ao mundo para brincar, prosear e fazer amigos. Ótimo papo, excelente pessoa, Valdemir Almeida é uma figura interessante a ser, também, abordada pelo meu compadre poeta Sander Lee, outro conterrâneo pertencente àquela galera do bem que marcou minha geração na terra do mestre Sivuca.
Por falar nisso, em um genial golpe publicitário, vamos promover o maior baile do ano em Itabaiana, no dia 9 de maio, com a volta do famosíssimo grupo musical “Os Brasas”, que hoje se chama “The Ze’s”, liderado pelo Zé Maria Almeida Filho, formando com Vilinho, Orlando e Brasinha um quarteto menos famoso do que uns caras integrantes daquela banda chamada “The Beathe”, se bem que tão talentosos quanto. Essa galera vai dar uma força ao Ponto de Cultura Cantiga de Ninar em uma festa de arromba, como se falava no nosso tempo bom, com apoio do compadre Wilton Pontual, da Associação Atlética Banco do Brasil em Itabaiana.
Portanto, de tico em tico e de teco em teco, nossa conversa só não vai acabar em boteco porque eu parei com a “marvada” e o poeta Sander Lee é agora um homem de Deus, entidade que não aprecia nenhum tipo de drinque, a não ser o vinho devidamente consagrado da Santa Ceia, sem direito a porre.
Para essa conversa com Valdo, que não serão histórias de perdas e desencontros, mas de reminiscências boas e engraçadas, convidamos os ouvintes a nos emprestarem seus ouvidos e se ligarem nas ondas da Rádio Tabajara, às 14 horas de hoje. Pela internet, o link é:


O programa é uma produção da Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares, Sociedade Cultural Posse Nova República, Coletivo de Jornalistas Novos Rumos e Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, em parceria com a Rádio Tabajara da Paraíba AM (.1.110 KHZ). Retransmitido por doze rádios comunitárias e pela Rádio Web Comunitária Porto do Capim:


(Do blog "Toca do leão" - www.fabiomozart.blogspot.com) 






quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Ativista comunitário lembra fenômeno das rádios livres e contradições no movimento

Pichação em prédio da Anatel, em Goiânia

“Já se passaram 33 anos desde o fenômeno das rádios livres em Sorocaba – SP, onde em menos de três meses colocaram mais de 30 emissoras de rádios livres no ar. Neste período, foram instaladas mais de 30 mil emissoras, o que coloca o Brasil como o maior fenômeno radiofônico do mundo.

Fomos um dos primeiros a pautar o debate sobre a democratização da mídia, na formulação de um projeto político pela liberdade de expressão e o mais importante, a comunicação como espaço de luta social e de classes. Nestes 33 nos também tivemos revezes, seja na institucionalidade, que dizimou a todos, na criação de uma lei horrível, nas disputas de poder com a criação das entidades de representação, muitas vezes desconectadas com a base e articuladas por partidos ou numa estratégia equivocada de ocupação desordenada do espectro, que criou falsas emissoras e o proselitismo.
 
Além disso, o debate conceitual do sentido de existência das Rádios Comunitárias se perdeu, ou seja, fazemos rádios para a reprodução de valores da classe dominante (como machismo, homofobia, nazi pentecostalismo, etc) ou somos um movimento que deve servir e dar um passo adiante no verdadeiro sentido da luta de classes e na construção da consciência popular?

Durante estes 33 anos, ao invés de avançarmos para a efetiva luta de um projeto político na comunicação, fomos guiados pela institucionalidade, de criação de leis restritivas, na qual algumas lideranças a justificam como "lei Mínima", sem olhar que sua institucionalização dizimou e processou em plena democracia 33 mil pessoas.

Meu querido amigo 
José Guilherme Castro ex-militante da Rádio Favela FM de Belo Horizonte há vários anos, dizia que existem 30 mil rádios instaladas e não ocupadas pela sociedade, e a falta de um projeto político de esquerda para a comunicação levaria este movimento ao seu extermínio ou tomada pelas forças conservadoras, fato que hoje merece ser estudado e avaliado por todos. 

Hoje temos no Brasil cerca de 5 mil rádios autorizadas, milhares de militantes espalhados em todo o brasil e nenhuma conquista efetiva neste segmento. A esquerda brasileira hoje aposta na internet, nas redes sociais e nas rádios web por serem (em tese) livres e num espaço onde a comunicação flui com mais rapidez e em todas as partes do planeta.”
Jerry Oliveira (Campinas/SP)


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Rádio livre de Campinas/SP volta a transmitir



É com muita alegria que comunicamos que a Rádio Muda esta de novo no ar em 88,5 FM estralando nas ondas de Campinas com potência e qualidade, também podendo ser ouvida pelo streaming aí do lado esquerdo do site.
Apesar dos esforços de autoridades malignas como Anatel, Ministério Público e outras (cês sabem quem são!) estamos transmitindo e exercendo o nosso direito à liberdade de expressão da melhor forma possível, livre!
A rádio Muda é gerida por um coletivo horizontal (não hierarquico), qualquer pessoa pode virar programadora, e qualquer tipo de programação é permitida, as únicas restrições são: sem propaganda religiosa, sem propaganda de partidos políticos e sem propaganda de produtos ou serviços.


terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Rádio Comunitária promove carnaval solidário no Acre

Centro de Cruzeiro do Sul

A Rádio Comunitária Cruzeiro do Sul FM 98.3, da cidade acreana de Cruzeiro do Sul, ajudou a promover o carnaval de 2015, juntamente com os pequenos empresários, depois que a Prefeitura anunciou que não iria investir na festa pública por falta de recursos e por causa da epidemia de dengue que assola o município. Os comerciantes atenderam ao chamamento da rádio comunitária e realizaram o carnaval, que reuniu mais de 12 mil pessoas na praça principal da cidade durante todas as noites da folia. “Belo exemplo, mesmo porque o dinheiro público deve ser gasto com projetos de interesse realmente da comunidade, e festa não é prioridade para municípios pobres”, comentou o morador Celso Gomes.

Cruzeiro do Sul está localizado no interior do estado do Acre. É a segunda maior e mais populosa do estado, superada apenas pela capital Rio Branco, do qual dista 632 quilômetros, e também um dos mais importantes polos turísticos e econômicos do Acre. Além disso, Cruzeiro do Sul é cercada de construções e monumentos que simbolizam e guardam a história e a grandeza do seu povo.


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

No carnaval, a mídia promove violência contra as mulheres

Escrito por: Mabel Dias 
Fonte: Carta Capital

Campanhas publicitárias, enquetes jornalísticas reforçam o desrespeito e incentivam o estupro no período.

Em pleno carnaval, onde se registra um aumento nos casos de violência, a cerveja Skol lançou uma campanha publicitária que trata as mulheres – mais uma vez – sem opinião própria e a mercê dos homens.  A campanha traz frases como “Esqueci o não em casa”, “Topo antes de saber a pergunta”, entre outras, espalhadas em outdoors na cidade de São Paulo.

As frases chamaram a atenção da publicitária Pri Ferrari e da jornalista Mila Alves, que com um olhar crítico e atento, observaram que a campanha incentivava a perda de controle, em um período onde se registra um alto índice de estupros. Elas decidiram então fazer intervenções nos materiais, acrescentando outras palavras para reforçar o respeito às mulheres e o não a violência.

A reação e intervenção de grupos feministas conseguiu constranger a referida marca de cerveja, que se viu obrigada a retirar a campanha das ruas paulistas. Uma vitória das mulheres, ainda que o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária - CONAR  - não tenha nem se manifestado a respeito.

A máxima no imaginário popular e machista é que, quando uma mulher diz “não”, ela está querendo dizer “sim”. Isso é usado como justificativa para os crimes de violência, entre eles o de estupro, que acontecem com mais intensidade no carnaval.

Outra violência que ocorre neste período são os beijos forçados nos blocos, considerado estupro pela legislação brasileiro. Mesmo assim, a afiliada da Rede Globo na Bahia lançou uma enquete em um de seus telejornais perguntando se o beijo forçado devia ser proibido ou não. Não é possível aceitar este tipo de posicionamento vindo de um veículo que forma opinião.

A enquete também chegou às redes sociais e repercutiu negativamente. A deputada federal Jandira Feghali (PC do B-RJ), por exemplo, afirmou que “este é o tipo clássico de jornalismo que só ajuda a agravar mais o machismo da sociedade e a visão da mulher como posse do homem".

Sobre a intervenção na campanha da Skol, Pri Ferrari postou a ação em seu facebook, que teve mais de 20 mil curtidas e quase 8.000 compartilhamentos! A iniciativa chegou até a AMBEV, responsável pela fabricação da cerveja. O diretor da empresa ligou para a publicitária informando que iriam montar uma força tarefa para retirar todas as peças publicitárias de circulação.

Porém, os estereótipos construídos pelas propagandas de cervejas não tem só na Skol seu exemplo. Já são incontáveis a quantidade de ações de grupos feministas contra o machismo nas peças publicitárias. A marca Itaipava, desde o mês de janeiro, traz explicitamente a mulher como mercadoria em sua propaganda. As cenas são as clássicas do machismo: uma mulher que pouco fala, dona de um bar, vestida com roupas minúsculas, que serve aos homens e que tem o nome de “Verão”, em uma alusão a estação do ano.

No texto “A cerveja e o assassinato do feminino, a doutora em Sociologia da Universidade de Brasília (UNB), Berenice Bento, afirma que “nesses comerciais não há metáforas. A mulher não é "como se fosse a cerveja": é a cerveja. Está ali para ser consumida silenciosamente, passivamente, sem esboçar reação, pelo homem. Tão dispensável que pode, inclusive, ser substituída por uma boneca de plástico, para o júbilo de jovens rapazes que estão ansiosos pela aventura do verão".

Berenice Bento considera que, mesmo com a luta do movimento feminista, ao pautar a violência contra as mulheres como uma das piores mazelas, a estrutura hierarquizada das relações entre os gêneros ainda é muito presente. Revela as múltiplas fontes que alimentam o ódio ao feminino.

As campanhas publicitárias das cervejas no Brasil retratam bem isso. E não se pode dizer que isso é natural ou uma “brincadeira”. É o retrato do machismo que mata mulheres e meninas. Retrato de uma sociedade que precisa ser transformada, e que atitudes como as de Pri Ferrari e Mila Alves, ou como das mulheres da Rede Mulher e Mídia, que estão sempre atentas e combativas às violações à imagem da mulher na mídia.

*Mabel Dias é jornalista e integrante do Intervozes



sábado, 14 de fevereiro de 2015

Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares fala de carnavais do passado


Valdo e Sander Lee


Valdo Enxuto volta hoje para contar tudo o que sabe sobre as peripécias, aventuras e carnavais dos anos 60/70 em Itabaiana e derredores.

Acompanhado por Sander Lee, seu adjunto para assuntos aleatórios, o compadre Valdemir vai testar seus limites na velha e boa arte de contar histórias e estórias. Será na Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares, no programa Alô comunidade, com transmissão pela Rádio Tabajara da Paraíba AM (1.110 KHZ), Rádio Web Comunitária Porto do Capim e mais de
dez rádios comunitárias e rádios web espalhadas pela Paraíba do Norte. 

Começa às 14h deste sábado, 14 de fevereiro de 2015.
 
Para ouvir pela internet:

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

DIA MUNDIAL DO RÁDIO- 2015


O Dia Mundial do Rádio (World Radio Day - WRD 2015) está sendo comemorado hoje, 13 fevereiro de 2015. É uma celebração mundial do rádio como um meio de comunicação e, como o tema deste ano é “Juventude e Rádio”, teremos uma grande oportunidade de planejar eventos para o dia ou atividades com foco na juventude. Aqui estão algumas ideias para você se inspirar, tanto para o Dia como nos meses que o antecedem.
Tópicos de discussão

Em vez de direcionar a discussão, acreditamos que é essencial perguntar aos jovens sobre as questões que são importantes para eles. Aqui estão algumas ideias de temas relacionados com a juventude e com o rádio que você pode querer discutir:
·       --   Futuro do rádio, desafios e oportunidades trazidos pelas novas tecnologias, especialmente devido à sua adoção pelos jovens.

·      --    Como melhorar a participação dos jovens no setor do rádio.

·      --  Rádio para a juventude: programas voltados para a juventude.

·     --  Rádio com os jovens: programas que envolvam os jovens na equipe de produção.

·         -- Rádio pela juventude: programas produzidos por jovens e para jovens.

·         -- Eliminação dos estereótipos e dos preconceitos na forma de retratar os jovens na mídia.  

·         -- Aperfeiçoamento da segurança dos jornalistas jovens em zonas de desastres e de conflitos.

·       --   Impacto da atuação dos jovens nas rádios comunitárias.  

·        --  Relação entre o acesso à informação por meio do rádio, pelos jovens, e o desenvolvimento sustentável das comunidades.


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