O Movimento Nacional de Rádios Comunitárias já
começou dividido, uns querendo mandar mais que outros, falta de espaço
aparentemente para agasalhar tantos egos imensos, enfim, achamos que não vai
decolar esse movimento.
Sugerimos que a gente, aqui na Paraíba, comece um
Movimento Estadual de Rádios Livres e Comunitárias para se contrapor à ABRAÇO e
sua inoperância, deixando de lado o Movimento Nacional. Se lá na frente a gente
se encontrar, tudo bem. Mas, ficar esperando por eles, não tem futuro. Aliás,
não vamos nos confrontar com a Abraço, mesmo porque os companheiros que fazem a
organização aqui na Paraíba são todos homens e mulheres de bem, muito bem
intencionados, só que a entidade já deu o que tinha de dar. Mesmo porque é
atrelada à Abraço Nacional, uma associação que virou propriedade de meia dúzia
de pessoas interessadas apenas em se manter no poder para fazer tráfego de
influência e trabalhar outros projetos pessoais e de grupo. Segundo Jerry
Oliveira, radialista comunitário de Campinas, São Paulo, a Abraço criou uma
Agência Abraço, “uma estrutura paralela cuja
missão é fazer projetinhos e garantir grana para financiar a estrutura
burocrática e a permanência de um grupo majoritário no interior da
organização”. Para ele, a Agência Abraço poderia até cumprir um papel importante se surgisse de uma
discussão coletiva, mas “na verdade foi criada pelo Sóter e Joaquim em 2005
usando o nome ABRAÇO sem ninguém saber. Sequer Sóter era da direção na época.”
Precisamos de uma forma de união
entre rádios que realmente pratiquem a verdadeira filosofia da comunicação
comunitária, para unir forças e buscar avanços. Seria ótimo se o Movimento
Nacional de Rádios Comunitárias cumprisse esse papel de substituir a Abraço,
entretanto, ainda conforme Jerry Oliveira, “o MNRC se propõe a ser uma união de
militantes de rádios, entidades, movimentos e outras correntes populares, mas
sua direção continua a pensar em ser uma outra Abraço, com os mesmos vícios.”
A proposta é ressuscitar o Fórum
Metropolitano de Comunicação Comunitária, que atuou no começo do século 21 em
João Pessoa, agora com abrangência estadual. As reuniões eram realizadas na
Livraria Sebo Cultural, e foi daí que se formou um grupo para retomar a
Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária no Estado da Paraíba, que se
encontrava inativa. A partir desse Fórum, várias rádios comunitárias entraram
no ar na capital da Paraíba. Até um jornal impresso foi idealizado e circulou
no movimento, levando as propostas e lutas do segmento de comunicação
comunitária na Paraíba.
Após a retomada da Abraço
Paraíba, o Fórum foi desarticulado, passando as rádios comunitárias a se
organizar nesta entidade. Ocorre que o movimento não avançou por vários motivos
que não cabe analisar no momento. O certo que é faltou aprofundar o debate,
sair da institucionalidade e propor ações concretas. Ouve retrocesso, a luta
recuou por causa de posições equivocadas, entre outros fatores. Não houve
trabalho de base. No plano nacional, em 1998 tínhamos 20 mil transmissores no
ar. Em 16 anos, somente 4 mil rádios foram autorizadas. Onde foram parar os
outros 16 mil transmissores? Em João Pessoa, foram caladas cerca de seis rádios
comunitárias, restando apenas uma com outorga. As rádios mais combativas não
resistiram à pressão, e a Abraço não teve força política, gerencial e
ideológica para organizar o movimento de resistência.
Portanto, queremos retomar o
Fórum Permanente de Comunicação Comunitária como um espaço democrático e
desburocratizado, que lute pela construção de uma rede de rádios, difusoras e
jornais comunitários que seja correspondente à nossa capacidade e
necessidade de intervir na realidade comunicacional paraibana com perspectivas
de mudança em prol da verdadeira democratização das comunicações.
Coletivo de Jornalistas Novos Rumos
Sociedade Cultural Posse Nova República
Jornal “Olhos abertos”
Ponto de Cultura Cantiga de Ninar
Sociedade Amigos da Rainha do Vale do Paraíba
Rádio Comunitária Araçá FM
Rádio Comunitária Diversidade FM
Rádio Comunitária Vale do Paraíba FM
Jornal Alvorada
Jornal Tribuna do Vale
Ponto de Cultura “Nas ondas do Rádio”