O radialistas
comunitário Ângelo Ignácio, de São Paulo, representará o Movimento Nacional de
Rádios Comunitárias em encontro com a Presidenta Dilma Roussef nesta
segunda-feira, 15. “Estarei representando também os artistas suburbanos, já que
se trata de um encontro de cultura, mas vou aproveitarei para defender temas da
comunicação comunitária”, disse Ângelo, adiantando que falará sobre o decreto
que beneficia as entidades de radcom e a descriminalização do movimento. “Terei
cinco minutos para falar com a Presidenta, e o nosso objetivo é de pegar um
compromisso para que ela tome a iniciativa de assinar esse decreto como o
primeiro ato da sua próxima gestão”, afirmou ele.
Na questão cultural,
Ângelo Ignácio disse que pretende defender a “territorialização das verbas da
cultura e assimilação desse conceito nas definições de controle social, além do
lazer como direito humano.”
POLITIZAÇÃO
O Movimento de rádios
comunitárias, através de suas entidades mais representativas, está engajado
totalmente na campanha de reeleição da atual Presidenta Dilma. A Associação
Brasileira de Radiodifusão Comunitária, da qual o Movimento Nacional de Rádios
Comunitárias – MNRC é dissidente, faz campanha abertamente para a candidata do
Partido dos Trabalhadores.
A Agência Abraço,
órgão da Abraço Nacional, virou uma central de notícias da campanha da petista,
enviando inclusive para as rádios comunitárias spots e releases publicitários.
“A Agência Abraço é um braço do esquema de comunicação da campanha de Dilma,
seu escritório funciona abaixo do escritório de conhecido senador petista”,
disse Edmilson Costha, militante do movimento.
“Como teremos moral para combater o proselitismo político nas rádios
comunitárias quando vemos nossas entidades representativas engajadas em
campanhas partidárias?”, indaga Claudionor Mendes, outro militante.
O Boletim Radcom nas Eleições é divulgado nacionalmente através da Agência Abraço, por meio de sonoras. Uma delas informa: “Dilma diz que as mudanças promovidas pelo seu governo vão desmentir adversários”, com trechos de discursos da Presidenta candidata.
CONTRADIÇÕES
A relação dos que se dizem líderes
do movimento de radiodifusão comunitária com o governo de Dilma Roussef é
repleto de contradições, juntando atração e repulsa. Jerry Oliveira, radialista
de São Paulo, foi incisivo: “Não me esquecerei, Dilma, do que fizestes
com as nossas rádios comunitárias e do processo de aniquilamento promovido pelo
seu Ministro das Comunicações, do processo de criminalização dos movimentos
sociais levado a cabo pelo seu Ministro da Justiça, do golpe na luta pela
democratização da comunicação com o engavetamento do PL de mídia democrática de
Franklim Martins.” Apesar de tudo, ele diz que vota na Dilma, “para evitar que
a direita chegue ao poder”.