Rádios Comunitárias:
avanços ou negação do direito humano à comunicação? – refere-se ao tema da Comunicação
e suas implicações para a ação educativa em direitos humanos, proposta pelo
Programa de Educação para a Cidadania, por meio da intervenção Rede Solidária
de Defesa Social nos territórios populares da cidade do Recife, locais onde
incidem os maiores índices de violência contra o segmento da população jovem. O
estudo revela-se como um mote para inúmeras descobertas, para a questão específica
de rádios comunitárias que, mesmo vistas como importante vetor de comunicação,
apesar de sua vocação para estarem tão perto da população que habita as comunidades,
muitas vezes permanecem tão longe do alcance de muitas delas!
Nesse sentido, fica
evidente o interesse manifesto pelos líderes comunitários, constituídos por
grupos jovens e adultos, de conhecer esse universo das rádios existentes em sua
localidade, tendo em vista a negociação de ações conjuntas com o movimento
popular que venham favorecer especialmente aquelas ações voltadas para o
fortalecimento da luta pela prevenção à violência.
Entretanto, o estudo,
para além da realidade empírica da existência e das condições do funcionamento
no cotidiano das rádios comunitárias, sugere outros desdobramentos do tema
da Comunicação Comunitária, contextualizada numa conjuntura marcada por
profundos conflitos. A realidade - vista pelas limitações burocráticas e legais
impostas às rádios comunitárias como meios de comunicação e distribuição de
informações à comunidade - remete ao pensamento crítico contra a violência
política exercida pelos meios dominantes de comunicação e nos desafia à busca
de uma cultura política.
(Do livro RÁDIOS COMUNITÁRIAS: AVANÇOS OU
NEGAÇÃO DO DIREITO HUMANO À COMUNICAÇÃO? – De Célia Dantas Gentil Rique)