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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Radialista comunitário de Campinas acusa “companheiro” de traição e protesta contra indicação para representar rádios comunitárias em reunião da ONU

O advogado João Carlos Santin é um dos membros do Movimento Nacional de Rádios Comunitárias e apóia a indicação de Anselmo

O radialista comunitário Jerry Oliveira enviou mensagem na grande rede protestando contra a indicação do comunicador Anselmo para representar o Movimento Nacional de Rádios Comunitárias em reunião com Catalina Botero, atual Relatora Especial para Liberdade de Expressão da OEA, e Frank la Rue, ex-Relator Especial para Promoção e Proteção do Direito à Liberdade de Opinião e Expressão da ONU, que será realizada em 18 de agosto, em São Paulo. Entre os temas a serem debatidos, estão a violência contra comunicadores, as violações ocorridas em manifestações, os desafios para a democratização da radiodifusão e o uso do processo por difamação para cercear a liberdade de expressão.

Segundo Jerry Oliveira, Anselmo delatou à Polícia Federal as ações de resistência das rádios comunitárias em São Paulo, bem como as estratégias de luta do movimento. “Fui condenado em segunda instância no Tribunal Regional Federal, e quero pedir que esse cidadão de caráter duvidoso não represente as rádios comunitárias nesta importante reunião, para que a mesma não seja desqualificada em importância e seriedade com a qual as entidades vêm tratando o assunto”, disse ele.

Jerry também acusa a própria entidade da qual faz parte de não apoiar sua luta pessoal e não protestar contra a judicialização do movimento de rádios comunitárias. “A entidade sequer se posicionou em relação ao processo movido pela Anatel em relação à minha pessoa, no qual fui acusado pelos companheiros Angelo Inácio e João Santim de autopromoção e personalismo”, afirmou.

Angelo Santin, representante do MNRC, disse que a representação será feita mesmo pelo Anselmo, “um cidadão que sofre a ação direta da violência contra comunicadores e pessoa de nossa inteira confiança.” 

O Movimento Nacional de Rádios Comunitárias está sendo organizado por um grupo dissidente da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária – Abraço. Como se vê, a dissidência já abriu novas frentes de discórdia e divisão. “Tudo isso enfraquece o movimento pela comunicação democrática no Brasil, por isso estamos fundando a Associação Paraibana de Comunicação Comunitária, Alternativa e Popular para assumirmos nossos próprios enfrentamentos sem esperar por movimentos nacionais eivados de personalismos e discussões ideológicas inúteis para as ações concretas da nossa luta”, disse Roberto Palhano, da Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares, de João Pessoa/PB.