Comunicador da Nova Geração FM |
A avaliação é feita pelo comunicador
comunitário Odemir Marques Brióla, que está à frente da rádio Nova Geração FM,
de Jataizinho, na região de Londrina. Ele fundou a entidade que mantém a
emissora nove anos atrás e se tornou referência para todo o estado.
Hoje o que falta para driblar a grande
mídia, aquela atrela ao capital e à elite econômica, possivelmente, seja os
meios alternativos de comunicação. A idéia, aqui é expor novas mídias, mas
buscar a compreensão de como é o dia-dia das mídias que abordam assuntos mais
direcionados à comunidade com preocupação ética e isenção. As emissoras
comunitárias, com coordenação da própria comunidade, podem oferecer à sociedade,
alternativas inteligentes de se construir uma sociedade mais justa e consciente.
Como exemplo de um projeto bem sucedido
neste segmento, um dos nomes mais
respeitados em rádio comunitária do norte
do Paraná e do estado: Odemir Marques Brióla, que está à frente da rádio Nova
Geração FM, de Jataizinho, na região de Londrina. Brióla implantou a Associação
Cultural e Artística de Jataizinho em 1996, da qual nasceu a rádio Nova Geração
FM, dois anos mais tarde. Já se vão nove anos dedicados à comunicação
comunitária e a Nova Geração se tornou uma das primeiras rádios do Paraná a
possuir concessão de funcionamento. Desde então a rádio Nova Geração serve de
modelo para todas as rádios comunitárias do Paraná.
Odemir Marques Brióla recebeu a reportagem
do jornal ComTexto para uma entrevista exclusiva. Confira os principais
trechos.
O que chamou a sua atenção para defender a
idéia de rádio comunitária?
Primeiramente, não fiz por interesses
financeiros e nem por auto-promoção. Sempre tive vontade de levar à sociedade
novas idéias, até porque desde então, a cidade não dispunha de um canal de
mídia ou de um meio para veicular fatos que dizem respeito a seus moradores.
Também dediquei todos os meus esforços, devido à grande importância que abrange
um meio de comunicação para sua sociedade. Quando começamos a operar oficialmente
[a partir da concessão de funcionamento] acordava todos os dias às 5h da manhã,
para que minha comunidade pudesse ter uma programação fiel ao dia-a-dia de cada
cidadão, que acorda bem de manhã para ir trabalhar e quer ouvir informações sobre
sua cidade.
Qual a solução, para pelo menos, diminuir
a falta de recursos financeiros, que hoje é a grande vilã das rádios
comunitárias?
Como vivemos em um sistema capitalista,
não podemos deixar de fora, a idéia de ter dinheiro envolvido nas rádios
comunitárias. Não por via de lucro, mas sim para atender à demanda que há por
traz de uma emissora. Portanto, creio que os governos tanto estadual, quanto
federal, poderiam estar veiculando seus informativos no meio que, sem sombra de
dúvidas, atinge grande parcela da sociedade brasileira, ou seja, os pobres que são
o nosso principal público. Com isso, creio que, primeiro, o governo deixaria de
investir gastos desnecessários com veículos que muitas vezes cobram valores exorbitantes;
segundo, fazendo isso eles [os governos] poderiam estar repassando verbas a
essas rádios que, conseqüentemente, iam dispor de material mais adequado ao funcionamento
e de uma programação mais elaborada.
Fonte:
Jornal Contexto, n. 67, Universidade do Norte do Paraná