sábado, 12 de fevereiro de 2011

O QUE FAZER COM FALSAS COMUNITÁRIAS?

Advogado João Carlos Santin

Jornalistas continuam o debate sobre falsas rádios comunitárias

Procurando reproduzir a programação das emissoras comerciais, apresentando uma

composição comunitária artificial, reunindo associações comunitárias forjadas em sua maioria pela ação de cabos eleitorais, essas emissoras indevidamente chamadas de “comunitárias” apropriam-se do espaço comunitário, privatizando a dimensão pública do que seria um espaço coletivo de articulação, de organização e de conscientização políticas das comunidades que não dispõem de instrumentos de comunicação próprios.

João Carlos Santin, Coodenador Jurídico da Abraço, respondeu à jornalista Flávia sobre a preocupação dela quanto às rádios “picaretárias”:

Olá Flávia,

Neste momento, temos de ter uma certa paciência com esta questão das rádios comunitárias, pois as mesmas possuem muita dificuldades de sustentabilidade. Sugiro que com jornalista tu comece a participar ou te colocar à disposição para auxiliar essas rádios. Precisamos urgente, é um dos pontos de discussão com os Ministérios e parlamentares, é dar formação aos comunicadores populares (expressão não aceita pelos teóricos). Inclusive estamos tentando montar um coletivo de formação, sendo que acredito que o Selo Abraço auxiliará muito nesta tarefa.

Por fim, precisamos muito do esforço e compreensão de todos para buscar supear as contradições do setor.

João Carlos Santin - Coordenador Jurídico

TRÉPLICA DE FLÁVIA:

João Carlos, muito obrigada por ter respondido.

Eu compreendo quanto as dificuldades na questão das sustentabilidade das rádios, sei o quanto é difícil mesmo. Por um lado, as rádios ficam atreladas à favores políticos, mas por outro além da questão da sustentabilidade, o que realmente quis dizer no email é que existem rádios comunitárias que estão ativas, regulamentadas ou sendo criadas, sem fins comunitários, compreende?!!

A ideia do coletivo para a formação é pertinente e também urgente, mas por si não basta.

Não sei de que forma a Abraço poderia agir em relação a isso, por isso questionei se existe alguma forma de fiscalizar essas RC's, porque eu bem sei que ao mesmo tempo em que existem muitas pessoas bem intencionadas e que realmente atuam pela democratização da comunicação, existe uma outra pá de gente que quer tirar proveito da luta alheia.

Grande abraços!

Flávia

Tocantins