Jornalistas continuam o debate sobre falsas rádios comunitárias
Procurando reproduzir a programação das emissoras comerciais, apresentando uma
composição comunitária artificial, reunindo associações comunitárias forjadas em sua maioria pela ação de cabos eleitorais, essas emissoras indevidamente chamadas de “comunitárias” apropriam-se do espaço comunitário, privatizando a dimensão pública do que seria um espaço coletivo de articulação, de organização e de conscientização políticas das comunidades que não dispõem de instrumentos de comunicação próprios.
João Carlos Santin, Coodenador Jurídico da Abraço, respondeu à jornalista Flávia sobre a preocupação dela quanto às rádios “picaretárias”:
Olá Flávia,
Neste momento, temos de ter uma certa paciência com esta questão das rádios comunitárias, pois as mesmas possuem muita dificuldades de sustentabilidade. Sugiro que com jornalista tu comece a participar ou te colocar à disposição para auxiliar essas rádios. Precisamos urgente, é um dos pontos de discussão com os Ministérios e parlamentares, é dar formação aos comunicadores populares (expressão não aceita pelos teóricos). Inclusive estamos tentando montar um coletivo de formação, sendo que acredito que o Selo Abraço auxiliará muito nesta tarefa.
Por fim, precisamos muito do esforço e compreensão de todos para buscar supear as contradições do setor.
João Carlos Santin - Coordenador Jurídico
TRÉPLICA DE FLÁVIA:
João Carlos, muito obrigada por ter respondido.
Eu compreendo quanto as dificuldades na questão das sustentabilidade das rádios, sei o quanto é difícil mesmo. Por um lado, as rádios ficam atreladas à favores políticos, mas por outro além da questão da sustentabilidade, o que realmente quis dizer no email é que existem rádios comunitárias que estão ativas, regulamentadas ou sendo criadas, sem fins comunitários, compreende?!!
A ideia do coletivo para a formação é pertinente e também urgente, mas por si não basta.
Não sei de que forma a Abraço poderia agir em relação a isso, por isso questionei se existe alguma forma de fiscalizar essas RC's, porque eu bem sei que ao mesmo tempo em que existem muitas pessoas bem intencionadas e que realmente atuam pela democratização da comunicação, existe uma outra pá de gente que quer tirar proveito da luta alheia.
Grande abraços!
Flávia
Tocantins