Compreendo a sua preocupação, porém esse discurso de desqualificação genérica das rádios comunitárias é a estratégia atual dos radiodifusores comerciais e o governo entrou na deles. Até o Lula na Confecom e o Paulo Bernardo, na audiência que tivemos com ele, usou essa desqualificação para minimizar a representatividade e legitimidade da Abraço.
Temos que fazer as críticas sim, mas tendo em vista aonde essas críticas nos levam: se ao nosso empoderamento ou ao nosso enfraquecimento.
Nós temos que responsabilizar o Ministério das Comunicações pela omissão diante das irregularidades processuais nas concessões e nos colocarmos como responsáveis pela correção desses erros, atuando na formação e capacitação das comunidades onde estão situadas essas emissoras e que não tem conhecimento de que a concessão é feita em seus nomes e não em nome de um ou outro grupo.
Abraço,
José Sóter
Coordenador Executivo Abraço Nacional
DA REDAÇÃO:
Caro Sóter: sei do esforço da Abraço para tentar moralizar a concessão de outorgas, mas você há de convir que é tarefa hercúlea, longe das possibilidades de mobilização da entidade representativa das radcom. O Sêlo Abraço seria uma ideia interessante, mas não atende ao clientelismo e jogo sujo dos políticos, por isso não tem chance de emplacar.
Acho que a Abraço, nas regionais, deveria ter o foco centrado mais nisso, levando em conta a amplitude e importância deste debate. Mais do que o Governo e as rádios comerciais, quem desmoraliza o movimento são esses projetos de rádio mercenário ou proselitista.