Jonicael Cedraz
Há muita
gente mascarada de comunitário, mas é um traficante das ondas rádio que quer
ser legalizado para fazer seus negócios com as igrejas e os prefeitos de
plantão. Ele ou ela, estará sempre de bem com o prefeito eleito e se souber que
aquele será o eleito até se integra na campanha. Aqui, na Bahia, em Ipiaú,
entre as primeiras 115 outorgada (quase todas no interior e uma
chamade Gostosa FM em Salvador), a rádio comunitária filiada à ABRAÇO
(organizada por jovens estudantes petistas) foi logo apossada pelo vereador do
PT e - já autorizada - abandonou a ABRAÇO. Este fato foi uma lição para nós da
ABRAÇO que passamos a inserir nas estratégias de filiação e formação da
sociedade local ( os despossuidos na economia, na comunicação e na politica) a
idéia de que a rádio comunitária depende do processo social permanente de
comunitarização nas inumeras relações e interações sociais. A rádio deve ser o
resultado e ao mesmo tempo instrumento deste processo de comunitarização das
relações e interações sociais. De cara, temos que difundir nas localidades
pequenas (cidades e povoados) e bairros das grandes e capitais de estado, a
noção de que a rádio é ágora moderna na política, a nova praça pública onde
todos podem se reunir, se conflitar, mas buscar o diálogo,
o consenso, a solidariedade humana, o respeito às diferenças e à vida, o lugar
das expressões artisticas, os recados, o lugar da produção dos sentimentos de
partilha, emfim, educar a todos para a vida em comunidade, mas, projetar, neste
mundo de relações econômicas, culturais e politicas de sentido emancipador, a
utopia de um lugar de todos para todos.
Em outras palavras, numa visão contra-hegemonica, essa rádio deve ser gerida pela maioria social despossuída e ser um instrumento das práticas sociais emergentes produtoras de novas relações de poder sempre em oposição crítica aos poderes prefeiturais instituidos, os quais são modelados pela razão hegemônica do capital ( temos prefeitos e vereadores que defendem suas propriedades, seus interesses de mercado, beneficios para seus negócios, sempre interesses privados, individuais e de instituições religiosas, etc).
Essa já legalizada, ou candidata à legalização, deve envolver o maior múmero possível de representações sociais e deve ter como utopia um projeto educativo, cultural e político de produção de subjetividades sociais inconformadas. Neste sentido, as organizações de bases dos movimentos de moradia, de gênero, dos sem terra, dos estudantes, dos jovens, dos idosos, das etnias indígenas ou quilombolas, encontram neste espaço radiofonico público não-estatal e não -privado as condições objetivas e subjetivas para trocarem informações, praticarem a liberdade de expressão e socializarem projetos alternativos de poder. Este projeto de comunitarização permanente das relações sociais, economicas, culturais, educativas (nós) e políticas espelha o que deve ser praticado de modo horizontal, dialógico, participativo, não- individualizante, não -institucional, não - midiático, nas relações internas associativas gestoras comunitárias da emissora.
A ABRAÇO-Ba não defende esta ou aquela rádio que se diz comunitária. Ela defende as rádios filiadas, as quais devem ter sido construidas por mais de duas representações sociais e ter o compromisso de agregar, sob parâmetros comunitários e de cidadania, a longo prazo, todas as representações sociais populares, possíveis então de produzirem um projeto comum de desenvolvimento humano, isto é, numa perspectiva humanizadora, ou seja, dar novas direções oponentes ao modo de desenvolvimento histórico capitalista da sociedade brasileira. Se existe algum projeto de rádio de alguma comunidade, de iniciativa isolada, esta rádio deve ser identificada, vir a ser filiada à ABRAÇO, e, assim, passa a ser defendida pelo movimento de radiodifusão comunitária, mas, ao mesmo tempo, deve ser objeto de formação para que sirva de fato ao processo de democratização e comunitárização da sociedade, da rádio e da comunicação.
Em outras palavras, numa visão contra-hegemonica, essa rádio deve ser gerida pela maioria social despossuída e ser um instrumento das práticas sociais emergentes produtoras de novas relações de poder sempre em oposição crítica aos poderes prefeiturais instituidos, os quais são modelados pela razão hegemônica do capital ( temos prefeitos e vereadores que defendem suas propriedades, seus interesses de mercado, beneficios para seus negócios, sempre interesses privados, individuais e de instituições religiosas, etc).
Essa já legalizada, ou candidata à legalização, deve envolver o maior múmero possível de representações sociais e deve ter como utopia um projeto educativo, cultural e político de produção de subjetividades sociais inconformadas. Neste sentido, as organizações de bases dos movimentos de moradia, de gênero, dos sem terra, dos estudantes, dos jovens, dos idosos, das etnias indígenas ou quilombolas, encontram neste espaço radiofonico público não-estatal e não -privado as condições objetivas e subjetivas para trocarem informações, praticarem a liberdade de expressão e socializarem projetos alternativos de poder. Este projeto de comunitarização permanente das relações sociais, economicas, culturais, educativas (nós) e políticas espelha o que deve ser praticado de modo horizontal, dialógico, participativo, não- individualizante, não -institucional, não - midiático, nas relações internas associativas gestoras comunitárias da emissora.
A ABRAÇO-Ba não defende esta ou aquela rádio que se diz comunitária. Ela defende as rádios filiadas, as quais devem ter sido construidas por mais de duas representações sociais e ter o compromisso de agregar, sob parâmetros comunitários e de cidadania, a longo prazo, todas as representações sociais populares, possíveis então de produzirem um projeto comum de desenvolvimento humano, isto é, numa perspectiva humanizadora, ou seja, dar novas direções oponentes ao modo de desenvolvimento histórico capitalista da sociedade brasileira. Se existe algum projeto de rádio de alguma comunidade, de iniciativa isolada, esta rádio deve ser identificada, vir a ser filiada à ABRAÇO, e, assim, passa a ser defendida pelo movimento de radiodifusão comunitária, mas, ao mesmo tempo, deve ser objeto de formação para que sirva de fato ao processo de democratização e comunitárização da sociedade, da rádio e da comunicação.
Jonicael Cedraz é diretor da ABRAÇO-Ba.