Alguns supostos ouvintes do
programa radiofônico “Alô comunidade” enviam mensagens para o endereço
eletrônico alocomunidadepb@gmail.com
Tem muita gente de rádio
comunitária que ouve o programa, junto com ouvintes fiéis de rádio AM, pessoas
qualificadas que gostam de ouvir rádio transmitindo ideia, sendo canal de
debate e não de futricas, imbecilidades mercadológicas.
Ontem, 2 de março, o programa
entrevistou o professor da Universidade Federal da Paraíba David Fernandes.
Recebemos mensagem de Fabiana Veloso: “O programa foi show! Parabéns em especial a Palhano, Dalmo e Fábio pelo
programa Alô Comunidade, que a cada edição mostra compromisso e seriedade na
abordagem dos temas, com destaque para a democratização da comunicação. Palhano
acertou no convite ao professor David e a entrevista se desenvolveu bem. A
tendência é sempre melhorar e estamos no caminho certo. Com ressalva na técnica
de som que tem apresentado problemas.”
Na verdade
verdadeira, quando pensamos na formatação deste programa, eu queria mesmo era
botar muito humor e descontração, fazer uma coisa diferente do que existe,
tanto em termos de rádios comunitárias como das rádios comerciais. Eu e meu
compadre Gilberto Bastos queríamos um programa fora de qualquer padrão
estabelecido. “Já que quase não temos ouvintes, que falemos para nós mesmos,
circulando para uma minoria, com a preocupação mesmo de gueto, de você alcançar
setores da sociedade que as rádios não conseguem atingir.” O lance era trabalhar uma linguagem e conteúdo
não convencional. Não deu certo. Primeiro, porque é ideologicamente impossível
você fazer programa radiofônico com padrão de rádio livre numa emissora
oficial. Depois, porque os participantes não comungam da mesma hóstia. Cada
qual tem seus méritos, mas não chegam a formar um grupo uníssono.
O que a
gente queria era exercer a mais pura liberdade, um exercício de democracia
levada ao extremo pelas ondas do rádio. É o cara que mora na periferia, que faz
uma música experimental, poder tocar seu trabalho. É o travesti, o drogado, o
jovem “mula”, o camelô, o palhaço de rua propagar suas vozes no ar, sem
censura, pessoas que não têm o direito de expressão. Essa concepção de rádio
fica para uma outra ocasião. Por
enquanto, vamos tocando o “Alô comunidade” com suas limitações.
O programa é
produzido pela Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares e transmitido pela Rádio
Tabajara da Paraíba (AM), retransmitido por oito rádios comunitárias e diversas
rádio web.
F. Mozart