A FITERT repudia veementemente a política das
emissoras de radiodifusão no país de exporem seus funcionários e por em risco a
vida dos trabalhadores no exercício da profissão. Manifestamos nossa
solidariedade ao radialista Lucas Kempner, trabalhador do SBT em Altamira, no
Pará. Lucas, que, segundo admitiu a própria emissora, já realizou diversas
coberturas envolvendo denúncias de crimes no Estado, estava sozinho num veículo
da TV quando dois homens fizeram mais de 10 disparos contra o radialista, que
foi atingido por quatro projéteis. As informações sobre o atentado e o fato do
trabalhador estar sozinho no episódio também foram dadas pelo próprio SBT.
De acordo com a emissora, o estado de saúde de Lucas é estável, mas ele teve de
ser submetido a cirurgia.
Durante o funcionamento do Grupo de Trabalho formado pela Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência da República, entre 2012 e 2014, a FITERT
denunciou que a postura das empresas tem contribuído para aumentar os riscos
enfrentados pelos trabalhadores em pleno exercício profissional.
"Exigimos respeito à lei que regulamenta a profissão dos Radialistas,
evitando esse tido de violência. A equipe de cobertura deve estar sempre
completa para ter condições de perceber as ameaças à volta, o trabalhador
sozinho não tem condições ver o que esta acontecendo ao seu redor. E deve ser
avaliada permanentemente a necessidade de acompanhamento de segurança
especializada em coberturas que envolvam mais alto risco", ressalta o
coordenador da Federação, José Antônio Jesus da Silva.
A diretoria da FITERT repudia também o ataque ao exercício profissional e ao
direito da população à informação que mais uma vez se verificou no episódio que
feriu Lucas. No entanto, tais práticas por parte de foras da lei denunciados
pelos meios de comunicação são conhecidas em nosso país. E a garantia da
divulgação de crimes e ilegalidades só é possível como resultado da atuação de
trabalhadores que vão atrás das notícias para assegurar o cumprimento do papel
social da profissão. Por isso é ainda mais importante que as empresas protejam
a integridade e as vidas dos profissionais de comunicação, e não se preocupem
apenas com a transmissão das notícias e, em última instância, com seus lucros.