Toma
posse no governo do Maranhão em 1º de janeiro o comunista Flávio Dino. O
candidato do PCdoB derrotou no primeiro turno, com 63,53% dos votos, Lobão
Filho, do PMDB e uma coligação de outros 17 partidos, do DEM ao PT, com apoio
do Palácio do Planalto. Como Dilma não foi ao estado, corria nas ruas e
bastidores que a presidenta (que teve ali 78,76% dos votos) torcia calada por
Dino. A militância petista, por sua vez, fez campanha aberta pelo nome que
derrotaria o império econômico e midiático das famílias Sarney e Lobão, que
detêm jornais e emissoras de rádio e TV, inclusive retransmissoras da Globo e
do SBT no estado.
No plano federal, a principal
dificuldade dos governos do PT foi não ter mexido com os meios de
comunicação?
Essa é a
principal dívida desses 12 anos de governo do campo de esquerda progressista
com o Brasil. Poderia e deveria ter avançado mais. Tenho a impressão que faltou
medir melhor o tamanho desse problema e enfrentá-lo com consistência e
continuidade. Acompanhei, como deputado federal, a criação da EBC, Empresa
Brasileira de Comunicação, discuti intensamente o projeto. Porém, esse é um
esforço praticamente isolado. Se nós pegarmos a política para as rádios
comunitárias, o que se alterou? Mesmo na internet se avançou pouco. Ao se
pensar um segundo mandato da presidenta Dilma marcado por uma cena política de
muito embate, longe de isso levar ao rebaixamento de objetivos, deve levar a
mais ousadia. A não priorização de determinadas questões acabou criando as
condições até para que algo inimaginável, há algumas décadas, se manifestasse
agora, como esse absurdo clamor por um golpe militar.
(Trecho de entrevista para a RDA)