Por Rodolpho Raphael
de Oliveira Santos
A comunicação
comunitária é aquela feita para as comunidades, para os grupos que geralmente
são excluídos diretamente da midiatização pelos meios de comunicação de massa
mostrados como aqueles meios convencionais, ou seja, são os meios de rádios,
TVs, portais, jornais e revistas.
Em muitos casos,
ao invés de contribuir para a cidadania e a formação, a Paraíba também passou
por um processo de democratização e aceitação das rádios comunitárias. Um bom
exemplo foram as tentativas de implantação das rádios universitárias, porém não
ouve êxito devido ao comprometimento político-partidário e às possíveis
revoltas entre estudantes e políticos pelos dados da Anatel (Agência Nacional
de Telecomunicações): a Paraíba conta com 104 entidades legalizadas para o
serviço de radiodifusão comunitária. "O quadro apresentado pelas rádios
comunitárias da Paraíba dá conta de que essas estão, literalmente crítica de
seus ouvintes, está servindo para promover lideranças políticas locais"
(SIMPLICIO 2006).
A criação da
rádio Ariús foi a concretização de um sonho e a construção de um legado de
pessoas que lutaram para levar a informação para todos. A necessidade de um
laboratório no curso de Comunicação Social na UEPB levou Massilon Gonzaga a ter
a ideia de montar uma rádio universitária. Nos anos 80, era uma grande febre,
depois de inúmeras tentativas e com interferência de alguns políticos a rádio
não foi ao "ar" porque na época políticos que tinham certa influência
não aceitavam a implantação de uma rádio universitária devido a futuros
conflitos e revoltas entre estudantes e políticos.
Assuntos das
comunidades
Após vários anos
e ainda com esperanças para a realização do seu projeto, Massilon Gonzaga,
tendo conhecimento da publicação da lei de difusão da rádio comunitária em
1998, cria então uma rádio com os mesmos propósitos, o de auxiliar os
estudantes de comunicação. Conseguiu um local para implantar a rádio no Catolé
e teve apoio de várias pessoas ligadas à cultura, entre eles Ronaldo Cunha
Lima. Contudo, a rádio ainda não entrava no ar e a criação só estava no papel.
Foi então, em 11 de outubro de 2001, dia do aniversário de Campina Grande, que a
rádio Ariús teve sua primeira transmissão, sendo chamada de Ariús em homenagem
aos índios Ariús que fizeram parte da história de Campina Grande.
As rádios
comunitárias são hoje um tipo de mídia de maior representatividade em grupos
mais segmentados em termos de alcance midiático. Essas rádios atuam
principalmente focalizando assuntos das comunidades, dos grupos marginalizados,
dos grupamentos e segmentos sociais não considerados pelas mídias tidas como
consagradas.
As dificuldades
que cercam o movimento das rádios comunitárias brasileiras guardam relação com
o de outros países da América Latina, região notória por suas ricas
experiências na área.