Jonildo Cavalcante Filho é presidente da Cruz das Armas FM
(Foto do blog www.plogramaesporteeacao.blogspot.com)
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O professor de comunicação
Carmélio Reynaldo, da Universidade Federal da Paraíba, disse que a rádio
comunitária Cruz das Armas, de João Pessoa, “é um arremedo das rádios
comerciais”. Ele contou que, no começo das transmissões, procurou ouvir a
emissora, mas não seguiu mais sua programação depois de observar que a
experiência de rádio diferente e realmente comunitária não teria lugar naquela
emissora, a única com outorga de comunitária na capital da Paraíba. A
declaração foi feita durante entrevista no programa “Alô comunidade”, da Rádio
Comunitária Zumbi dos Palmares, transmitido pela Rádio Tabajara da Paraíba AM
no dia 15 de setembro. Carmélio é produtor do “Espaço Experimental”, programa
do laboratório de radiojornalismo do curso de comunicação social da UFPB.
A “Cruz das Armas” vem de uma
tradição de rádios comerciais, já que seu diretor presidente é filho de
conhecido comunicador do rádio paraibano, Jonildo Cavalcante, 'o filho de Seu
Severino', o rei do Sertão, assim ele se apresentava ao balançar o chocalho
acordando os ouvintes. Fazia um programa com músicas regionais e marcou época
no rádio paraibano, especialmente na Rádio Tabajara.
O irmão de Jonildo, Jacy
Cavalcanti, foi compositor e produtor de programas de sucesso na Tabajara.
Portanto, Jonildo Cavalcante Filho segue a trilha dos familiares, agora com a
concessão de uma rádio comunitária. “Devemos respeitar o trabalho do filho de
Jonildo, comunicador que tem o rádio no sangue, mas, por amor à verdade, somos
obrigados a reconhecer que sua emissora não tem perfil de comunitária”, disse
Beto Palhano, um dos apresentadores do programa “Alô comunidade”.
A Rádio Cruz das Armas paga o
preço de tentar atuar como uma rádio comercial com outorga de comunitária. Suas
concorrentes boicotam anunciantes e as rádios comunitárias dos bairros próximos
criticam a forma como atua a emissora, com venda de espaços na programação para
igrejas evangélicas, programas sensacionalistas e veiculação de músicas consideradas
inapropriadas para este tipo de emissora, além de faltar o controle social que
seria feito por um Conselho Comunitário atuante e legítimo.