Danilo Barreto de Oliveira, mais conhecido como Mano Zoio (foto), conheceu a rádio Heliópolis FM, através dos alto-falantes colocados na comunidade. Apesar de curioso, Mano Zoio ficou receoso em entrar no estúdio. “Eu tinha medo de altura e não queria subir as escadas, mas enfrentei meus medos e quando cheguei lá, alguém me disse ‘venha menino, a rádio é nossa’”, contou Mano Zoio, que hoje é responsável por um programa de hip hop.
A Rádio Comunitária Heliópolis FM, São Paulo, tem 18 anos, começou com transmissões através de alto-falantes instalados na comunidade e atualmente ocupa a frequência 87,5MHz. Ela foi criada pela União de Núcleos, Associações e Sociedades (UNAS) de moradores de Heliópolis e São João Clímaco, e não possui fins lucrativos. A rádio é dirigida por aproximadamente 40 voluntários, sob a coordenação de Reynaldo José.
Preconceito - Em meio a muitas histórias sobre a rádio, um tema muito ressaltado é o preconceito. “Tem muita gente que acha que na favela só tem bandido. Lá tem gente que trabalha, estuda e rala pra pagar as contas”, falou Aguinaldo.
“Confundem a rádio comunitária com rádio pirata”, afirmou Mia, como prefere ser chamada Maria Alves, aluna do curso de Comunicação da Universidade São Marcos. A Rádio foi fechada em 2004 pela Anatel, porém uma grande mobilização da população local fez com que ela voltasse a funcionar com permissão do governo.
A Rádio tem 25 watts de potência de transmissão, cujo alcance é de aproximadamente um quilômetro de raio, o suficiente para atingir toda a população de Heliópolis, que chega a quase 200 mil habitantes.