sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Bafafá na rádio comunitária


O diálogo abaixo foi gravado de programa jornalístico da Rádio Comunitária Barra FM, da cidade de São João da Barra, Estado do Rio de Janeiro.

LOCUTOR - Aqui é o Emílson Amaral, começando a falar com o vereador Zezinho Camarão, ele que adora a Rádio Comunitária Barra FM, segundo ele mesmo porque as outras emissoras não tem audiência e que só na Rádio Comunitária Barra FM é que gera polêmica, porque é a emissora que tem audiência. Zezinho, que história é essa de que a internet fornecida pela Prefeitura foi cortada logo na hora em que você estava criticando a administração ontem na sessão da Câmara?

CAMARÃO - É verdade, todo mundo prova isso, pode mandar o povo falar que vai ver que cortaram a internet pra que meu discurso não fosse ouvido.

LOCUTOR - Pois vou abrir o microfone agora para o ouvinte. Meus ouvintes, quem estava ligado na internet ontem na hora do discurso do vereador, por favor telefone agora. (TELEFONE TOCA E OUVINTE CONFIRMA QUE A INTERNET ESTAVA LIGADA). Vereador Camarão, o senhor está faltando com a verdade!

CAMARÃO - Não sou mentiroso, nem fui comprado pela Prefeitura. Essas rádios daqui são todas compradas. A Rádio Ultra não tem audiência porque a Prefeita Carla Machado comprou o dono da rádio, Walmir Médici, assim como ela comprou essa rádio comunitária Barra, com o locutor Emilson Amaral e tudo!

LOCUTOR - Camarão, você me respeite! Você não tem como provar que eu fui comprado pela prefeita! Olhe como fala no meu programa, que aqui quem manda sou eu, meça suas palavras senão eu tiro você do ar!

CAMARÃO - Eu falo aqui a hora que quiser, porque isso aqui é uma rádio comunitária, aberta ao povo e a quem quiser falar, você não pode proibir a gente de falar não, muito menos a mim.

LOCUTOR - É rádio comunitária, mas aqui quem manda sou eu. Se continuar assim, eu corto você do ar agora, você quer ver Camarão? Eu corto agora, você não fala nunca mais, eu quero que você prove que fui comprado. [TELEFONE TOCA] Hoje é seu dia, Camarão! Hoje é o dia que vou contar tudo, você quer que eu conte Camarão?

CAMARÃO - Não corta não, porque a gente sabe que você não corta e você sabe que não pode cortar, não é assim que funciona. Você mesmo disse que foi comprado, Emílsom, você mesmo quem disse. Disse que vivia a pão e água e que a Prefeita te comprou, pra salvar você de viver a pão e água.

LOCUTOR - Eu realmente vivia a pão e água e hoje tenho um emprego, estou aqui trabalhando e você? Não está trabalhando? Hoje tenho oportunidade na Prefeitura, não vivo mais a pão e água.

CAMARÃO - Então você foi comprado!

Nesse momento, corte no sinal e a rádio começou a tocar propaganda comercial.