“Voz Popular” insiste em sobreviver
Ontem (domingo) fui visitar a comunidade São Rafael, que fica na depressão de terreno do bairro Castelo Branco, às margens do rio Jaguaribe. É lá onde funciona a rádio comunitária Voz Popular. Gravei depoimentos do grupo gestor da rádio para o programa “Alô comunidade” que apresento todo sábado na Rádio Tabajara AM.
Mando então meu alô para o mestre Zé Marcos, o homem que cria dois jacarés na porta da cozinha, fundador da rádio e cabra muito respeitado na ribeira. Saudações para minhas amigas Wanessa Costa e Katiucha, um salve para o MC Pano e para Daniel Mairon, extensivo ao Gilbert, Ramos Marley, Daniel Pereira, Clério Paredes e o pastor Joelson.
Minha comadre Fabiana Veloso acompanhou a visitação de cortesia aos irmãos da Rádio Voz Popular, aproveitando para levar alguns donativos para os flagelados das enchentes na área, cortesia da comunidade do Geisel através da Rádio Comunitária Zumbi dos Palmares.
Wanessa Costa falou do seu irmão, o Wagner, goleiro da seleção brasileira de futebol de areia, bicampeão mundial (08/07), que ainda se recupera de um grave acidente de carro sofrido no fim do ano passado e espera a ajuda das entidades e do governo. Contaram as histórias da rádio e as conquistas da comunidade que se assenta sobre o desemprego estrutural e sofre com a violência e o preconceito.
A rádio teve um refluxo com a pressão da Anatel, saindo do ar o sistema de frequencia modulada. O quadro desanimador atinge todos os projetos de rádios comunitárias da grande João Pessoa. Mas a rapaziada prossegue com a difusora e a rádio web, tudo para não parar a batalha pela inclusão daquele povo na aplicação do direito de se comunicar.
Fábio Mozart