Jesus se fazia acompanhar por 12 discípulos. Na cidade de Cuité, na Paraíba, foram necessários 72 discípulos para garantir uma concessão de rádio comunitária, a “Caminhando na luz”.
Não se sabe se os discípulos são adeptos da religião católica ou das milhares de denominações evangélicas que grassam pelo país. Garantido é que, pelo nome de fantasia da rádio e da entidade mantenedora, certamente é uma associação religiosa.
Alguma coisa contra? Eu não tenho nada contra religiosos, acho até que são mesmo o sal da terra e tudo o mais. Não conheço a grade de programação da estação de rádio comunitária que tem o indicativo de ZYX-700, comandada por Edivaldo Santos. Mas o que se percebe é que sai ferido o princípio laico desse tipo de rádio, Entidades religiosas não podem obter outorgas de rádios comunitárias.
Rádio comunitária não pode pertencer a empresário, partido político ou religião. O espaço é democrático. Se, por exemplo, uma organização espírita quiser intervir na rádio, será que não vai ser discriminada?
Por lei e por princípio, as religiões e os partidos não podem ter programas nas rádios comunitárias.
Maciel Caju