segunda-feira, 14 de junho de 2010
Programação das rádios públicas está distante dos interesses da sociedade
Valci Zuculoto
Candice Cresqui
Embora as programações das cerca de 400 rádios públicas brasileiras estejam voltadas para a educação , a cultura, o exercício da cidadania e o interesse público, elas ainda estão distantes dos interesses da sociedade. Falta de recursos, equipamentos precários, descontinuidade dos programas e interferência de governantes são as principais causas do distanciamento. A constatação é da jornalista e pesquisadora Valci Zuculoto, que estudou as programações dessas emissoras, em sua tese de doutoramento. O trabalho realiza um resgate histórico das programações e abarca o período que vai do advento do sistema educativo de rádio até os esforços recentes pela concretização de um sistema público.
Em entrevista, concedida por e-mail a este boletim, a jornalista conta como conduziu a sua pesquisa e analisa o cenário da radiodifusão pública brasileira.
Defendida em março último no Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul, a tese intitula-se A construção histórica da programação de rádios públicas brasileiras e demonstra de que maneira, sob quais influências, diretrizes e concepções foram se estabelecendo e consolidando as programações das emissoras do campo público – conceito ainda em construção, segundo a autora.
Valci Zuculoto é jornalista, professora da área de rádio do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC ) e diretora da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina e do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ). Já trabalhou nos jornais Zero Hora e O Globo , na revista Isto É e na emissora Rádio Gaúcha. Valci foi também diretora da rádio FM Cultura de Porto Alegre, que integra a Fundação Cultural Piratini Rádio e Televisão , vinculada ao governo do estado do Rio Grande do Sul.