O radialista comunitário
Jerry Oliveira, da Rádio Comunitária Oeste, de Campinas, São Paulo, acusa
soldados da Polícia Militar daquele Estado de o terem agredido durante a
eleição na Vila Boa Vista, em Campinas. Ele foi detido por desacato, ao ter
solicitado dos policiais que tivessem mais educação e parassem de gritar com as
pessoas que estavam na fila. “Eles continuaram humilhando as pessoas, e eu pedi
mais uma vez que diminuíssem o tom de voz, quando me mandaram calar a boca, me
agrediram e colocaram no camburão”, narra o locutor, cujo joelho foi deslocado
ao ser atingido por pontapés dos policiais. “As agressões causaram sérios problemas
dos ligamentos e forte torção”, explica ele.
Após passar mais
de quatro horas esperando para ser atendido na delegacia, o radialista foi
conduzido para o Hospital da PUC de Campinas, onde se constatou lesão grave no
joelho esquerdo. Após fazer exame de corpo de delito no Instituto de Medicina
Legal, Jerry Oliveira dirigiu-se à
Corregedoria Geral da Polícia Militar, onde formalizou denúncia contra os
policiais militares que o agrediram, por lesão corporal e abuso de autoridade. “Os
policiais faziam exaltação à ditadura , conforme testemunhas, afirmando que
democracia não dá certo e defendendo a tortura”, disse Jerry.
“Sempre fui
solidário aos companheiros (principalmente negros) que sofrem violência
policial. Agora, sentindo na pele esta situação, me coloco no dever político de
lutar pelas expulsão destes policiais e de todos aqueles que cometem
arbitrariedades. Terão em mim um militante ativo na luta pelo fim da PM, e,
mais do que isso, um apoiador e militante de todo e
qualquer ser humano que tenha seus direitos violados pelas arbitrariedades
policiais”, afirmou Jerry, mencionando os soldados Casemiro Reis, Renato
Simões e Pedro Tourinho como seus agressores. “Ao
que tudo indica, a regra é a violência contra o povo, pelo menos em nossa
quebrada da Vila Boa Vista e Parque Via Norte”, finalizou.