Programa na rádio Amnésia |
Em Pernambuco, movimentos sociais estão articulando uma reação às violências contra as religiões de matriz africana no estado. Entre os instrumentos de mobilização e informação, uma rádio livre.
Mãe Beth de Oxum, do espaço
cultural Coco de Umbigada, explica que diversos grupos como ciganos, indígenas,
cristãos, dentre outros estão se reunindo para questionar o Estado que garante
“concessão de grupos que promovem a violência e o ódio, ameaçando o direito
inalienável ao credo que cada cidadão tem, de ter seu credo e sua cultura”.
Mãe Beth destaca que não são
apenas as religiões de matriz africana que estão sob pressão, mas toda a
cultura popular advinda desta raiz. Ela ainda afirma que grupos neopentecostais
querem “tirar essa cultura que é oriunda dos terreiros afro e indígena”.
O advogado Thiago Hoshino, do
Fórum de Religiões de Matriz Africana do Paraná, que assessora comunidades de
terreiro, explica que algumas armas utilizadas contra essas manifestações são
as Leis de silêncio, por exemplo. O advogado exemplifica dizendo que “quando um
toque de atabaque passa do limite de decibéis, ou há denúncia de sacrifício de
animais, baixa a vigilância sanitária para fechar o local”.
O terreiro Ilê Axé Oxum Karêe
tem uma rádio livre chamada Amnésia FM 88.5, onde se divulga músicas e notícias
relacionadas aos terreiros em Pernambuco. Para mãe Beth, é fundamental utilizar
todos os meios possíveis para alertar sobre o avanço do discurso do ódio às
religiões de matriz africana.
(pulsar/brasildefato)