A
Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) irá realizar no Brasil a sua 68ª assembleia
para discutir o futuro do jornalismo e a liberdade de imprensa. Estarão
presentes mais de 600 jornalistas e empresários de 34 países diferentes, com
destaque para Arthur Sulzberger Jr., CEO do New York Times e Juan Luis Cebrián,
presidente do jornal espanhol El País. Do Brasil, participarão do debate nomes
como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e Eurípedes Alcântara, diretor
de Redação da Veja.
Diante
disso, e para não passar incólume, diversas organizações que defendem a
democratização dos meios de comunicação realizarão um ato político-festivo, na
segunda-feira (15), a partir das 10:30h, em frente ao hotel Renaissance, na
Alameda Santos (2233), onde acontece o evento da SIP.
A
iniciativa é da campanha “Para expressar a liberdade”, do Fórum Nacional pela
Democratização da Comunicação (FNDC) e da Frente Paulista pela Liberdade de
Expressão (Frentex).
Além
de protestar contra a concentração dos meios de comunicação nas mãos de poucos,
o ato questionará se o que a SIP defende é de fato a liberdade de imprensa, se
as informações por ela difundidas sejam de interesse da sociedade como um todo,
ou seja apenas liberdade de empresa, que visa a informação que beneficie grupos
representados pelos donos da mídia.
Denúncias
É
no mínimo questionável a discussão sobre liberdade de imprensa, visto que esta
se dará pela visão dos grandes barões da comunicação do Brasil e do mundo,
visão esta que não reflete a realidade.
Segundo
o professor Perseu Abramo, em seu livro Padrões de manipulação na Grande Imprensa,
“a relação entre a imprensa e a realidade é parecida com aquela entre um
espelho deformado e um objeto que ele aparentemente reflete: a imagem do
espelho tem algo a ver com o objeto, mas não só não é o objeto como também não
é a sua imagem; é a imagem de outro objeto que não corresponde ao objeto real”.
A
grande mídia, representada pelos nomes que estarão na SIP, é responsável por
demonizar o presidente Venezuelano Hugo Chávez, criminalizar as lutas dos
movimentos sociais e populares, validar o golpe de estado paraguaio, exigir a
extradição de Julian Assange, fundador do Wikileaks e, no caso do Brasil, criar
imensa comoção na opinião pública e pressão no Supremo Tribunal Federal (STF)
em relação ao julgamento do “Mensalão”, tratando os réus como culpados de
prontidão.
Blog Mari Fuxico