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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Relato de um companheiro vítima da repressão do Estado


Cirineu Fedriz, de Bauru/SP

Gente, a situação comigo não é das melhores, agradeço a solidariedade dos companheiros que vem nos ajudando com suas palavras de incentivo e força para encarar um momento tão ardiloso como esse.

Na manhã de ontem (quinta), mais uma vez nosso instrumento de voz for cerceado pela repressão estatal, que infelizmente prefere a truculência do que garantir o direito legítimo de um cidadão que aguarda a 8 anos a análise de outorga de uma simples rádio comunitária, que diante da complexidade atribuída ao Ministério das Comunicações, que protela por muito além do razoável para dar uma resposta a nossa solicitação faz com que pessoas como eu seja processada e condenada.

Quero aqui relatar, que os agentes da PF entraram com suas armas em punho apontando para o locutor mandando por as mãos na cabeça.

Ressalta-se também, que posterior fechamento da rádio foram até minha residência, com um mandado de busca e apreensão, intimidaram minha esposa e meus dois filhos, um de 2 e outro de 6 anos... lágrimassss

O argumento, era que estavam atrás de equipamentos de radio, é bom saber que, é a segunda vez que sofro um mandado em minha residência, uma em 2007 e outra agora. Infelizmente, quando na posse de mandado, legitimam tão procedimento, tristeza.
O locutor, Valdemir Antonio Alves da Silva, que foi surpreendido no momento do fechamento da radio, me disse, que os federais, vem me monitorando há anos, com fotos minhas em frente da minha casa, com gravações da programação da rádio, escutas telefônicas ilegais entre outros atos que me faz sentir nos horrores da ditadura.
Só pra encerrar, tenho 8 processos, 2 condenações e 3 execuções de multa que o mais barato é de $ 2.994,00.

Em seu depoimento, foi falado que a intenção da PF é realmente me “pegar”.
Fica aqui esse relato que não sei o que fazer, tanto na esfera jurídica como na política, pois preciso muita da ajuda dos companheiros, pois a situação aqui é grave, e isso não pode continuar.

Cirineu Fedriz
Bauru/SP