Ingá, na Paraíba. |
Em muitas rádios comunitárias, os diretores agridem o estatuto ou usam
de estratégias para a perpetuação na direção das emissoras, usando-as como
trampolim político e até mesmo como meio de sobrevivência para um grupo
isolado, sem atender ao que determinam os objetivos reais de uma estação de
rádio de controle público. Várias ações na Justiça correm para que se faça
valer os princípios do verdadeiro rádio popular e democrático.
Na cidade de Caputira, Minas Gerais, os diretores da Rádio Comunitária
Alerta FM são acusados de graves irregularidades, entre elas a veiculação de
uma programação inadequada e até mesmo desfalques no setor financeiro. Uma
comissão de sócios da emissora está reorganizando a programação e instaurando
auditoria interna, depois do afastamento da diretoria.
A
Rádio Comunitária Alerta pertence ao empresário de bandas Jairinho, ex-prefeito
da cidade, que utiliza a emissora para proselitismo político e para divulgar suas
bandas e cantores sertanejos, segundo informações obtidas em blogs da cidade.
Em Ingá, no agreste da Paraíba, a Rádio Comunitária Ingá FM também está
sendo questionada. O blogueiro Vavá da Luz afirmou que “a rádio comunitária de
Ingá tem uma direção suspeita, por
tratar-se de pessoas de um mesmo partido político e por seu Presidente ser
político, aliás ex-presidente pois as eleições para a presidência já se
venceram, portanto hoje, a rádio se encontra sem Presidente, nada mais
vulnerável”.
O
caráter comunitário é fundamental. Entidades existentes na localidade -
sindicatos, associações, instituições religiosas - e pessoas físicas têm o
direito de intervir na rádio comunitária e exigir participação, conforme
estabelecem as normas votadas no Conselho Comunitário. Muitas emissoras que
operam como comunitárias, na verdade não passam de rádios comerciais
disfarçadas.