A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) age mais uma vez de forma criminosa e irresponsável. A vítima desta vez foi a Rádio Comunitária Paraíso FM,
em Pão de Açúcar – AL, que teve seu transmissor apreendido sem ordem
judicial. A ação truculenta fechou as portas de mais um instrumento
legítimo da voz do povo. Antes de ser invadida pelos agentes, a emissora
estava entrevistando o pré-candidato a prefeito, Antônio Carlos
Rezende. O próximo entrevistado seria o secretário estadual de
agricultura Jorge Dantas.
As várias ações ilegais feitas pela Anatel, de tão constantes, estão
se tornando uma rotina contra às rádios comunitárias do Brasil. Este
último ato em Alagoas fez com que um meio de comunicação nascido por
iniciativa dos moradores, deixasse de fazer o que o governo tem por
obrigação e não faz. De acordo com o presidente da associação, José
Antônio Pinto dos Santos (foto), a Rádio Comunitária Paraíso FM, enviou
todas as documentações exigidas para o departamento de outorga para
rádios comunitárias do Ministério das Comunicações. Depois de longa
espera, foi divulgado no Diário Oficial, a autorização da abertura do
canal 200 para o município de Pão de Açúcar.
Apesar dos documentos legais enviados pela emissora, a Anatel ainda
não permitiria que rádio funcionasse. Mas a comunidade, que não estava
resistindo ao parasitismo político, começou a pressionar a associação
para que pudessem praticar a liberdade expressão no veículo. Diante da
necessidade de comunicação do povo, a associação resolveu enviar o caso
para Brasília. “Resolvemos comunicar ao Ministério das Comunicações
través de oficio nº 08/2011 que a rádio entraria no ar em fase
experimental.Em todo esse tempo, a associação dos moradores a Torre do
Paraíso não recebeu nem se quer um email como resposta, demonstrando
dessa forma o total desinteresse com a sociedade Pão açucarense. Como
presidente decidi ouvir a voz do povo, porque todo poder emana do povo, e
os meios de comunicação não podem ser o único a quebrar este cartel”,
diz José Antônio.
A notícia sobre o fechamento da Rádio Paraíso provocou grande comoção
na comunidade. Para José Antônio, foi triste ver os colegas da
emissora, indignados por não poder exercer com soberania o exercício
pleno da democracia. “O alento era saber que todos tínhamos feito a
nossa parte e resistido até esse dia, que está longe de ser o último.
“Seremos pacientes para aguardar a reabertura de nossos microfones;
seremos prudentes no trato com a informação, mas, intransigentes com
aqueles que tentam nos amordaçar a todo custo. Hoje, Pão de Açúcar
regrediu no tempo, e essa é a maior prova de que estamos sendo
representados pelas forças do atraso”, finalizou o representante da
emissora.
Bruno Caetano
Da Redação
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