O vereador Severino Lucas Filho (PSDB), conhecido por Ino Lucas (foto) do município de Juripiranga, defendeu na Rádio Comunitária local, a RADICAL FM, 87,9 a implantação de um identificador de chamadas na emissora para que as pessoas que ligassem pudessem ser identificadas, inclusive com o número do telefone. Justificou essa posição alegando que várias pessoas ligavam para o programa da prefeitura municipal que ele apresenta, com vozes diferentes para várias ligações de um mesmo telefone. Ou seja, para o vereador, uma só pessoa estaria ligando para a emissora trocando os nomes para reclamar de um mesmo problema. Por isso, alegou o vereador "a emissora deveria ter um identificador de chamada, o conhecido bina", para evitar que isso ocorresse.
“O programa Juripiranga em Ação é institucional da Prefeitura do município e o vereador apresenta este programa juntamente com outro funcionário do município, para não caracterizar que ele poderia estar usufruindo de uma ação da prefeitura para se promover”, disse o professor e ex-coordenador da A braço/PB, Joanes Leonel.
“Imediatamente, liguei para o programa enfatizando que esse posicionamento do vereador remete à técnica da espionagem, muito utilizada na ditadura militar e este procedimento não seria mais aceito nos dias atuais, principalmente em uma rádio comunitária, já que a própria legislação das rádios comunitárias não permite esse tipo de procedimento. O vereador respondeu que era inflexível no seu posicionamento e poderia até ceder para a rádio o tal equipamento, caso a diretoria da rádio aceitasse a proposta”, prosseguiu Joanes.
Ainda segundo Joanes Leonel, não é a primeira vez que esse vereador surge com posturas de espionagem. Na véspera de natal de 2009, o referido vereador, juntamente com o secretário de administração do município, filmaram as ruas centrais da cidade, a partir das 18 horas tentando mostrar que o lixo estava acumulado naquelas ruas, acusando os servidores da limpeza pública de não haverem limpado as mesmas. No vídeo, o secretário afirma que as ruas estavam daquela forma porque os servidores não haviam trabalhado para limpá-las. Em seguida, abriram uma sindicância para apurar o fato, e o sindicato da categoria, O SINTRAMS, fez a defesa dos mesmos, descobrindo que os funcionários haviam trabalhado no seu expediente normal, inclusive com a assinatura no livro de ponto. Mesmo assim, o prefeito do município aplicou uma pena de repreensão aos funcionários. “Houve má fé do secretário e do vereador, afirma Joanes.