sexta-feira, 13 de maio de 2011

Gestão e mediações nas rádios comunitárias


No Brasil, o surgimento das rádios comunitárias fez parte de um movimento que pressionava pelo direito à Comunicação e pela democratização dos meios. Os movimentos

populares, além de cobrarem do Estado o reconhecimento legal das experiências comunitárias, buscavam garantir o acesso a um meio de Comunicação relativamente barato, através do qual pudessem multiplicar o trabalho de conscientização política, a luta por direitos, cidadania e a construção de contra-hegemonia a partir do espaço local.

É em torno desse cenário que se constrói Gestão e mediações nas rádios comunitárias, obra que reúne os resultados da pesquisa de mestrado realizada por Terezinha Silva, entre 2003 e 2005, no Curso de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A obra tem como objetivo analisar o processo de desenvolvimento e consolidação das rádios comunitárias em Santa Catarina, focalizando o papel exercido pelas emissoras populares nas experiências locais de aprendizado e de exercício de cidadania.

Na introdução, a autora lança duas hipóteses que norteiam sua investigação. A primeira pressupõe que a rádio comunitária possibilita aprendizado para o exercício da cidadania mais pelo processo de gestão coletiva do que propriamente pelos conteúdos da programação; e a segunda, assume como premissa que a gestão de uma rádio comunitária é uma iniciativa de concorrência com emissoras comerciais, que, em certo ponto, é controlada pela iniciativa jurídica vigente, mas ao mesmo tempo é incentivada e conformada pelas demandas da economia, da vida política e das afirmações identitárias locais.