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Elizeu Corrêa (de vermelho)
em entrevista com Ricardo Kadouac (Foto: Maria Benfica)
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A Jaraguá FM (87,5), rádio comunitária do
distrito Jaraguá, na zona oeste de São Paulo, dribla as dificuldades para
manter sua programação diária além de organizar projetos de interesse da
comunidade local.
“Na rádio temos que participar, apoiar projetos
e ações de interesse coletivo. É uma das atribuições de uma emissora que se
quer verdadeiramente comunitária”, diz Elizeu Corrêa, representante do canal.
O Jaraguá é como qualquer outra região da cidade
de São Paulo: possui particularidades e, também, problemas que só os moradores
conhecem. Este é um dos fatos que coloca os meios de comunicação locais, como
rádios comunitárias, em posto de extrema relevância.
Além de divulgar notícias de interesse da
população, elas também podem ser um elo entre a comunidade e as autoridades
políticas visando o crescimento regional.
Apesar das inúmeras vantagens que uma rádio
comunitária pode levar à sociedade, os obstáculos para desenvolver este
trabalho são muitos, a começar pela concessão do Serviço de Radiodifusão
Comunitária. O processo é extremamente burocrático e dificulta, inclusive, a
obtenção de financiamentos para a emissora, uma vez que a atividade não pode
ter fins lucrativos.
Segundo Elizeu Corrêa, a concessão da Jaraguá FM
saiu depois de oito anos no Ministério das Comunicações. Hoje, há três abos no
ar, enfrentam outros problemas, como a dificuldade de preencher a grade de
programação ou, ainda, “encontrar locutores que queiram disponibilizar um pouco
do seu tempo, na medida em que a emissora não tem condições de pagar uma
remuneração regular”, comenta.
No entanto, para agir de acordo com os
princípios de uma rádio comunitária, a equipe se organiza e intercala a
programação que foca a problemática local com músicas variadas. “Assim, os
problemas afetos ao bairro são abordados nos momentos em que temos locutores no
estúdio”, revela Elizeu.
A divulgação da rádio é outro problema.
Acostumados com grandes emissoras, o povo ainda resiste em ouvir uma
programação focada no local. No entanto, Elizeu garante que quem conhece a
rádio torna-se ouvinte permanente.
Folha de São Paulo