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Reportagem: Emanuelle Brasil/Edição: Daniella Cronemberger
Fonte: Agência Câmara de Notícias
Fonte: Agência Câmara de Notícias
Prioridade do novo ministro das Comunicações, tema
é controverso no Legislativo
A
retomada do debate sobre a regulamentação econômica da mídia é uma das
promessas feitas por Ricardo Berzoini ao assumir o Ministério das Comunicações.
Discutido pela sociedade civil há muitos anos – sobretudo a partir da 1ª
Conferência Nacional de Comunicação, em 2009 – o assunto divide a opinião de
deputados.
"É
um absurdo essa proposta. Certamente foi encomendada para censurar a imprensa e
as práticas democráticas. O PSDB, tanto na Câmara quanto no Senado, vai
confrontar essa matéria, que não corresponde aos sentimentos nacionais”,
afirmou o líder do PSDB, deputado Antonio Imbassahy (BA).
Já a
deputada Luiza Erundina (PSB-SP) afirma ser uma “falácia” o argumento de que a
regulamentação dos meios de comunicação ameaçaria o direito de livre expressão.
“Os defensores da democratização da mídia são, justamente, aqueles que estão à
margem do ‘direito de antena’ – o direito de emitir e de receber imagens e sons
por meio da radiodifusão”, diz. “Os setores dominantes da sociedade não têm
nenhum interesse em mudar a dinâmica de poder da mídia”.
Segundo o
governo, a ideia é incentivar a regulamentação econômica da mídia eletrônica e
impressa, sem tocar no conteúdo. Atualmente, a principal referência legal para
a mídia é o Código Brasileiro de Telecomunicações, de 1962, atualizado pela Lei
Geral de Telecomunicações, em 1997.
No
entanto, a maioria das normas constitucionais sobre comunicações até hoje não
foi regulamentada pelo Congresso. Um exemplo são os princípios para a produção
e a programação do serviço de radiodifusão, que deveriam servir de critério
para outorga e renovação de concessões.
Outra
lacuna é o direito de resposta, que ficou sem regra específica desde que o STF
julgou a Lei de Imprensa inconstitucional, em 2009. O Projeto de Lei 6446/13,
que tramita apensado a outras propostas sobre direito de resposta e imprensa,
foi incluído várias vezes na pauta do Plenário, no ano passado, mas não houve
consenso para votá-lo.
Os
princípios constitucionais que preveem a regionalização da programação e o
estímulo ao conteúdo independente na televisão também não foram regulamentados
por lei. Sobre isso, tramita no Congresso o PL 256/91, da deputada Jandira
Feghali (PCdoB-RJ), que garante a produção regional independente na TV aberta.
Apresentado há 24 anos, o texto foi aprovado pela Câmara, mas encontra-se
parado no Senado.