domingo, 5 de setembro de 2010

Rádio como difusor da poesia popular na Paraíba


Zé da Luz, de quem Quito Dias era admirador exaltado

Ararura não é terra só de político carreirista e mentiroso. Lá nasceu o poeta Quito Dias no dia 22 de outubro de 1922. Adorava rádio e poesia matuta. Seus ídolos: Zé da Luz e Zé Limeira. Publicou diversos livros, entre os quais Nordeste em fogo (1957), Lamentações matutas (1962), Aves de arribação (1973), A véia quixabeira (1976), O Sertão fala assim (1977), O Sertão canta e geme (1979) e O Sertão sabe cantá (1981). Faleceu no dia 13 de março de 1985, na cidade de João Pessoa (PB).

Conheci Quito Dias morando em Itabaiana, depois foi versejar em Sapé. Fazia um programa de declamações na Rádio Vitória, emissora alternativa do eletricista e locutor Monteiro, na terra de Zé da Luz. Seus recitais de poesia matuta eram ouvidos até nas ondas do rádio amador.

A cultura nordestina muito deve ao poeta Quito Dias. Os elementos da cultura popular foram seus temas, e o rádio foi seu canal de expressão. Se vivo fosse, seria por certo admirador de Jessier Quirino, Chico Pedrosa e outros declamadores desse naipe.
Portanto, viva Quito Dias, viva Zé da Luz e viva Zé Limeira! Quanto ao outro Zé, o que está na mídia o tempo todo nesses dias repugnantes de baboseira eleitoral, a Toca cita Johann Goethe: “Nada mais asquerosa do que a maioria, pois ela compõe-se de uns poucos antecessores enérgicos, velhacos que se acomodam, de fracos que se assimilam e da massa que vai atrás de rastros sem nem de longe saber o que quer”.

Fábio Mozart

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