sábado, 25 de setembro de 2010
Maria Soledade canta a luta da mulher comunicadora comunitária
Maria Soledade é uma poeta repentista paraibana, conhecida em toda ribeira pela desenvoltura com que maneja a viola e o verso improvisado. Menina ainda, antes mesmo de aprender a ler, Soledade já fazia versos, ouvindo os violeiros que se apresentavam no sítio Genipapo onde morava, em Alagoa Grande. Das incursões dos poetas violeiros por aqueles rincões, ficaram as melhores lembranças de sua meninice e a aspiração de seguir a carreira de cantadeira e poeta popular.
Naturalmente, a moça que queria ser poeta repentista não encontrou vida fácil no mundo masculino da cantoria. À medida em que crescia e abria os olhos para o mundo, entretanto, mais Soledade sabia que aquele era seu destino, seu emprego e direção. Encontrou em Minervina uma parelha para seu mister. Até hoje as duas mulheres repentistas brilham em festivais e cantorias de pé-de-parede por este Nordeste afora.
Soledade já duplou com Manoel Valentim, Beija Flor, Otílio Soares, Maria Lindalva e Minervina, com quem canta há vinte anos. Com Mocinha de Passira viajou o Brasil na Caravana “Pé na Estrada”, com 62 cantadores levando o tema “saúde e reforma agrária” em 1986.
Ontem, 24 de setembro, Maria Soledade foi cantar no lançamento do livro “Peste e Cobiça”, de Tião Lucena, no Sebo Cultural. A poeta foi convidada pelo projeto “Feminino Plural” para filmagem de sua exibição destinada ao documentário que estamos produzindo. Foi show de bola, tanto o lançamento da obra de Tião quanto a cantoria de Maria Soledade.
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