Massilon é sanfoneiro e jornalista |
O Ministério das Comunicações
determinou a cassação da concessão da Rádio Comunitária Arius, de Campina
Grande, após quinze anos de funcionamento. Ao não autorizar a renovação da
licença, o Ministério alegou que a esposa do radialista Massilon Gonzaga,
fundador e diretor da rádio, fazia parte da diretoria, o que é proibido pela
lei que disciplina esse serviço. “Só descobriram isso depois de 15 anos no ar e
nem me avisaram oficialmente. Estávamos ameaçando a segurança Nacional”,
ironizou Massilon.
Segundo o diretor da Arius, o
episódio teve origem em sua negativa de participar de grupo político em Campina
Grande, ligado ao Governo Federal. “Certo dia, fui chamado para integrar o
grupo que apoia o governo Federal em Campina. Não aceitei. Meses depois, fui
surpreendido com a publicação no Diário Oficial da União dizendo que a
concessão fora cassada”, afirmou ele.
A Rádio Comunitária Arius servia
como laboratório do Curso de Comunicação Social da Universidade estadual da
Paraíba e reunia diversas entidades do bairro do Catolé, com apoio da FIEP,
Clube Campestre, Associação dos Repentistas, Clube de Mães, Associação do
bairro – Sab, Associação Campinense de imprensa – ACI, Sindicato dos
Motoristas, Igreja Católica e igrejas evangélicas. “Servimos à comunidade.
Formamos muitos profissionais e abrimos espaços para todos os segmentos da comunidade,
inclusive políticos”, disse Massilon.
A
decisão de extinguir uma rádio comunitária, avalia o jornalista Marcos Wéric, é
considerada rara. Segundo ele, a programação da Arius era marcada por fortes
criticas ao deputado Veneziano Vital do Rego, o que teria motivado o pedido ao
Ministério, embora o jornalista registre, em suave tom de ironia: “mas claro
que isso não tem nada a ver com o fato da extinção”.