“Igrejas picaretas estão matando o rádio no
Brasil”. A declaração é do colunista do Yahoo,
Regis Tadeu. A veracidade da frase vem de encontro ao atual momento do
radialismo brasileiro, que cada vez mais tem seu espaço tomado pelas mais
variadas vertentes de igrejas evangélicas. Na grande São Paulo, por exemplo,
basta ir mudando de estação para se deparar com a quantidade absurda de
pastores nos microfones. Em outras regiões como no Centro-Oeste, não é
diferente.
Em sua coluna publicada no dia 10 de agosto de
2016, Regis afirma que a pregação transformou o rádio em um veículo de
disseminação de estupidez e malandragem. “São cada vez mais raras as emissoras
que ainda mantém uma programação musical/jornalística. Em compensação, o resto
é estelionato religioso na cara dura, com todo mundo prometendo resolver
qualquer problema: câncer, saldo negativo no banco, unha preta, possessão
demoníaca, sogra insuportável, espinhela caída, casamento acabado e toda sorte
de ‘disgracêra’ que você imaginar. Um verdadeiro atentado à inteligência, mesmo
para quem tem um nível de raciocínio próximo ao das lagostas”, escreveu o
jornalista.
A culpa, segundo Regis, é da própria emissora
que aluga sua programação. A prática é proibida pelo Código Geral de
Telecomunicações, mas o arrendamento de emissoras de rádio se transformou em um
multimilionário mercado de aluguel, o que fez o Ministério Público entrar na
briga judicial para tentar acabar com esse mal que se alastrou pelo país. Os
alugueis em São Paulo chegam a custar R$ 500 mil por mês.
Outra denuncia de relevância para a
comunicação no rádio é o processo chamado “paulistanização”, onde uma emissora de pequeno porte do
interior do Estado, com alcance restrito, passa a ter uma potência de radiodifusão multiplicada na
capital por intermédio de outras emissoras. O aumento da potência de
transmissão não tem qualquer autorização da Anatel, que é a Agência Nacional de
Telecomunicações.
Para Regis Tadeu, a única maneira de acabar
com a máfia das igrejas no rádio é a Justiça agir rapidamente e com rigor.
“Interromper as transmissões imediatamente, lacrar os equipamentos em caso de
desobediência de sentença judicial, determinar o bloqueio dos bens dos
envolvidos, fiscalização incessante em cima desses picaretas. Caso contrário,
teremos mais um meio de comunicação dominado por gente escrota e desonesta
fazendo programação para energúmenos das mais variadas espécies que certamente
são grandes ‘clientes’ em potencial” finaliza o comunicador.
Bruno Caetano
Da Redação
Com informações de Regis
Tadeu