Tenho refletido muito sobre o nosso papel de todos
os comunicadores da nossa cidade, sobre o papel da rádio comunitária, em
especial nossa Rádio Comunitária Araçá Fm de Mari, localizado na zona da mata
paraibana.
Estamos no início do século 21, caminhando para
metade da segunda década e a cada dia que passa o capitalismo neoliberal
aprofunda ao extremo o individualismo e ainda a massificação e coisificação das
pessoas, vem destruindo valores, culturas, laços familiares e,
consequentemente, o senso de humanidade.
Daí que vivenciamos tanta criminalidade, a
criminalização da pobreza e dos movimentos sociais, e a marginalização dos
movimentos culturais.
Ora, essa realidade não é por acaso, muito menos
obra do destino ou vontade de alguma divindade, para aqueles que acreditam em
Deus.
Essa situação ocorre por vontade de homens, grupos
sociais minoritários que precisam se manter no poder e, para tanto, buscam
destruir o que de mais precioso tem o ser humano, a capacidade de pensar, de
refletir.
Nesse quadro, tudo passa a ser observado pela elite
dominante e seus arautos da chamada grande imprensa, não com a profundidade
necessária para se descobrir as causas dos problemas sociais, mas a partir do
chamado ‘senso comum’, condenando a todos que lutam e acreditam num mundo
melhor.
Falo aqui da criminalização dos movimentos sociais
organizados, que lutam para manterem-se mobilizados e que são vítimas de uma
longa história de perseguição, julgamentos, condenações, sem a possibilidade de
defesa.
Carlos Alcides/Mari-PB