A Federação Nacional dos Jornalistas
posicionou-se com relação à situação do blogueiro Eduardo Guimarães, conduzido
coercitivamente pela Polícia Federal ao juiz Sérgio Moro para explicar suposto
vazamento de informações. Segundo a FENAJ, “blogueiros e membros de rádios
comunitárias não podem ser considerados jornalistas”.
Para o comunicador de rádio comunitária Jerry
Oliveira, da Noroeste FM de Campinas, a FENARJ reproduz os valores da classe
dominante. “Faço radio comunitária há trinta anos e sempre debati o
corporativismo da FENAJ e do sindicato sobre esta discussão idiota do tal
diploma. Uma coisa é a precarização da profissão, coisa que sou radicalmente contra. Agora, querer fazer o
debate desta maneira chula já é demais. Nós colocamos cinco mil emissoras de
radio no ar, para o povo falar, os blogs estão no ar para fazer o contraponto
dos veículos das elites que são reprodutores dos valores da classe dominante. A FENAJ se perdeu literalmente
no tempo”, disse ele.
O
radialista declarou ainda que o papel da FENAJ seria formar e capacitar os
jornalistas para entender o verdadeiro papel de uma imprensa livre, da
verdadeira liberdade de expressão e opinião. “Dão toda regalia às universidades
privadas que, em sua maioria, seguem a regra patronal de difusores de valores
da classe dominante. Sou a favor do diploma para que se evite a precarização da
profissão nas grandes empresas, porém, a não existência do diploma não pode ser
considerado um crime para todos aqueles que, com ética, praticam em nome da
pluralidade a verdadeira democratização da informação”, finalizou.