Quatro
homens, que não tiveram a identidade revelada, invadiram o estúdio da Rádio
Comunitária Comunidade, da cidade de Santa Cruz do Capibaribe, no agreste de
Pernambuco, na noite do dia 6 de abril. Na ocasião, os invasores, que se diziam
apoiadores do Presidente Jair Bolsonaro, ameaçaram agredir o radialista Júnior
Albuquerque por ter criticado ações do governo federal com relação ao combate à
pandemia do Covid 19. O
radialista declarou que faz um programa opinativo na Rádio Comunidade, e pautou
o caso grave das mais de 300 mil mortes por Covid-19 no Brasil. Ele fez um
comentário, expondo seu ponto de vista sobre a notícia.
A
agressão não se concretizou porque colegas de bancada do radialista conseguiram
deter os invasores. Sobre o episódio, a
Associação das Empresas de Rádio e Televisão de Pernambuco (Asserpe) emitiu uma
nota condenando o que classificou como "invasão de um estúdio de
rádio" que pode abrir um "perigoso precedente que ameaça todos os
veículos". Mesmo sendo uma rádio comunitária, fora do circuito das rádios
comerciais, a entidade que representa as rádios comerciais fez questão de
divulgar o manifesto de repúdio à violência cometida pelos partidários de Jair
Bolsonaro a um órgão de imprensa.
Segundo a Associação das Empresas de Rádio e Televisão de
Pernambuco, "o fato abre um perigoso precedente que ameaça todos os
veículos, inclusive comerciais. O que está em jogo é a liberdade de opinião e
liberdade de imprensa”, acrescentou a nota.
A Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária também
emitiu nota de repúdio, classificando como ato criminoso a ação dos invasores, “fatos
que têm se tornado recorrentes no cenário brasileiro”.