De acordo com a classificação
mundial de liberdade de imprensa, divulgada pela organização Repórteres sem
Fronteira, o Uruguai está na 20ª colocação no mundo, enquanto o Brasil ocupa a
102ª colocação. O Uruguai é visto como um modelo para a América do Sul porque,
de acordo com Repórteres sem Fronteira, “as regulamentações de rádios
comunitárias garantem um ambiente favorável aos jornalistas. A Lei dos Serviços
de Comunicação de Radiodifusão, adotadas em dezembro de 2014, incentiva o pluralismo
dos meios de comunicação e estabeleceu um Conselho de Comunicações de
Radiodifusão, independente do Governo.
Para o coordenador de comunicação
e cultura da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço), José
Guilherme Castro, vários países da América do Sul estão avançando positivamente
na questão e deixam o Brasil numa situação cada vez mais vergonhosa.
“No
Uruguai, o direito de falar deixa de ser caso de polícia e passa a ser
potencializado pelo Estado. Mudança de enfoque total. Que essas ondas de
liberdade possam atingir o Brasil. Quem aqui no Brasil tem o dossiê que sabe o
que é movimento de radiodifusão comunitária? É a Polícia Federal”.
De
acordo com José Guilherme, nos últimos cinco anos cerca de cinco mil pessoas
foram condenadas pela Justiça no Brasil por trabalharem com comunicação
comunitária. Ele também destaca que o valor dos equipamentos apreendidos pela Polícia
Federal representa mais do que o triplo dos recursos do Estado para projetos
culturais.