Símbolo de luta pela
democratização das comunicações, Rádio Comunitária Bicuda fecha suas portas por
falta de condições econômicas
Vinculada à entidade Bicuda Ecológica, a Rádio Comunitária Bicuda
FM funcionava na Vila da Penha, subúrbio do Rio. Fechou suas portas neste
domingo (3), depois de nove anos no ar, por dificuldades financeiras e por
pressão política. Dívidas astronômicas em decorrência de multas da Anatel
levaram à insolvência da emissora, segundo Carlos Osório, diretor da Bicuda. “Buscamos
apoio de sindicatos e sociedade civil local, mas não conseguimos convencer da
importância de uma emissora como a Bicuda FM”, disse ele.
Como geralmente acontece com emissoras comunitária, a Bicuda foi
criada na trilha de uma mobilização popular, com objetivos locais. No caso,
tratava-se de uma organização de moradores da Zona Leopoldina, em meados dos
anos 1990, com vistas ao abastecimento de água nas partes mais altas daquela
região. O movimento ampliou-se para objetivos ecológicos, que incluíam a
preservação da Serra da Misericórdia, uma das poucas áreas verdes remanescentes
na Zona Leopoldina, no entanto sob ameaça constante de desmatamento e
desequilíbrio fundiário.
Promover
a educação ambiental, a democratização da comunicação e as expressões culturais
da Zona Norte. São esses os objetivos da Rádio Comunitária Bicuda FM 98,7 MHz,
o veículo de comunicação da ONG Bicuda Ecológica. Situada no bairro de Vaz
Lobo, sua transmissão alcançava parte de Madureira, Irajá, Vicente de Carvalho,
Vila da Penha, Vila Kosmos, Colégio, Rocha Miranda, Guadalupe, Oswaldo Cruz,
Campinho e Thomaz Coelho.