Um grupo de comunicadores e técnicos ligados a rádios comunitárias elabora projeto ambicioso de instalar dez rádios comunitárias na Amazônia, desde o sul do Pará até Taguatinga, na divisa com o Peru. “Na Amazônia, não temos internet e nossas vozes precisam ser ouvidas”, disse Jerry Oliveira, da Rádio Noroeste de Campinas, São Paulo, um dos idealizadores do projeto.
A ideia é instalar rádios e dar capacitação e formação aos ex-garimpeiros de Serra Pelada, rumando pela transamazônica até Santarém. De lá, a equipe partirá de barco, chegando a Tefé, onde serão montadas cinco rádios entre Tefé e Taguatinga. Será dez rádios montadas e dez oficinas, numa viagem de dois meses e meio até a divisa do Brasil na Amazônia. “O Brasil na vertical possui muitas rádios, do Rio Grande do Sul até Belém. Agora, chegou a vez do Brasil horizontal. Este projeto maluco, ousado e revolucionário está sendo gestado e falta pouco para fechar”, formou Jerry.
A
pesquisadora Rosane Albino Steinbrenner, da Universidade Federal do Pará, estuou a dimensão e o
papel potencial das rádios comunitárias no desenvolvimento da região amazônica.
São rádios comunitárias situadas em áreas de potencial conflito socioambiental
na Amazônia Legal. No estudo, ela constrói uma cartografia digital sobre
comunicação cidadã e desenvolvimento sustentável na região, tendo as rádios
comunitárias como espaço de contra-hegemonia midiática e empoderamento de
grupos locais nas decisões que afetem seu bem-estar.