segunda-feira, 3 de abril de 2017

FENAJ diz que blogueiros e comunicadores de rádios comunitárias não são jornalistas


A Federação Nacional dos Jornalistas posicionou-se com relação à situação do blogueiro Eduardo Guimarães, conduzido coercitivamente pela Polícia Federal ao juiz Sérgio Moro para explicar suposto vazamento de informações. Segundo a FENAJ, “blogueiros e membros de rádios comunitárias não podem ser considerados jornalistas”.
Para o comunicador de rádio comunitária Jerry Oliveira, da Noroeste FM de Campinas, a FENARJ reproduz os valores da classe dominante. “Faço radio comunitária há trinta anos e sempre debati o corporativismo da FENAJ e do sindicato sobre esta discussão idiota do tal diploma. Uma coisa é a precarização da profissão, coisa que sou radicalmente contra. Agora, querer fazer o debate desta maneira chula já é demais. Nós colocamos cinco mil emissoras de radio no ar, para o povo falar, os blogs estão no ar para fazer o contraponto dos veículos das elites que são reprodutores dos valores da classe dominante. A FENAJ se perdeu literalmente no tempo”, disse ele.
O radialista declarou ainda que o papel da FENAJ seria formar e capacitar os jornalistas para entender o verdadeiro papel de uma imprensa livre, da verdadeira liberdade de expressão e opinião. “Dão toda regalia às universidades privadas que, em sua maioria, seguem a regra patronal de difusores de valores da classe dominante. Sou a favor do diploma para que se evite a precarização da profissão nas grandes empresas, porém, a não existência do diploma não pode ser considerado um crime para todos aqueles que, com ética, praticam em nome da pluralidade a verdadeira democratização da informação”, finalizou.