quarta-feira, 2 de setembro de 2015

PARAÍBA

Rádio comunitária fica fora do ar por seis meses e diretores publicam manifesto


Somamo-nos a um amplo universo de fazedores de comunicação, contribuindo com a diversidade da abordagem dos fatos. E passamos a incomodar a imprensa comercial e seus patrocinadores.

É a primeira experiência capiense na história recente, e referência para organizações de trabalhadores em vários municípios do litoral norte, de aglutinação de forças de uma entidade de radiodifusão em torno de uma causa que mexe com a vida dos cidadãos para além de seus locais de trabalho: o direito humano à informação.

A Associação Cultural de Difusão Comunitária de Capim, processo: 53000.060892/2011-25, participante do Aviso de Habilitação nº 40, tendo sido habilitada para prestação do Serviço RadCom no município de Capim, estado da Paraíba, em 21 de fevereiro de 2014 foi publicado a Portaria nº 58, publicada no DOU de 26 de fevereiro de 2014, que outorga a autorização da entidade pelo prazo de 10 anos. 

Dessa convicção, em outubro de 2014, estreou a Rádio Capim FM 107,9, uma rádio comunitária que hoje alcança em media 30 mil ouvintes e suas famílias, com dois propósitos editoriais bem definidos: levar informação para quem não tem acesso a outros veículos, estimulando o hábito da consciência politica, e para quem tem acesso mas não está satisfeito com o que escuta. Proporcionar, enfim, o prazer a formação de um pensamento crítico não terceirizado pelo conteúdo convencional da imprensa comercial. Com o mesmo objetivo, passaram a integrar esse projeto todos que participam da rádio.

Movida a jornalismo, entretenimento, esporte e utilidade publica desde seu nascedouro, a Rádio Capim FM 107,9 conquistou respeito e credibilidade junto a população capiense e municípios circunvizinhos, incluindo artistas e ativistas sociais, trabalhadores, integrantes de movimentos sociais das mais diversas vertentes e cidadãos anônimos passaram – como fontes e como consumidores de informação. Não é por menos que a Rádio Capim FM 107,9 recebe em média cerca de 150 ligações diárias.

Somos procurados por estudantes que ambicionam viver profissionalmente de um trabalho que assegure liberdade e sintonia com seus ideais. E também por universitários que nos tomam como objeto de pesquisa e de aprofundamento acadêmico.

Nesse contexto, nos somamos a um amplo universo de fazedores de comunicação – alguns com mais rodagem, outros contemporâneos, outros que não param de surgir –, contribuindo com a diversidade da abordagem dos fatos. E passamos a incomodar a imprensa comercial e seus patrocinadores.

A Rádio Capim FM 107,9 não tem por hábito, ao citar uma informação extraída de um ou outro veículo tradicional, acrescentar-lhe um juízo de valor ou um atributo com intenção desqualificadora. O ouvinte não escuta aqui, por exemplo, “… segundo matéria de O Globo, jornal que apoiou a ditadura; também não encontra “… de acordo com a Folha de São Paulo, editado por empresa que emprestava veículos a órgãos de repressão e ligado a correntistas de paraísos fiscais”; tampouco cita o “… Estadão, jornal que nas últimas eleições declarou apoio aos candidatos do PSDB”; muito menos cita a Editora Abril como fornecedora privilegiada de assinaturas para governos sem licitação ou detentora de um monopólio de distribuição de publicações impressas que dificulta ou inviabiliza a circulação de concorrentes. Nem sequer fazemos questão de lembrar que todos eles atuam assumidamente de maneira organizada em torno da ABERT, mantido por grandes empresas com o propósito de estimular e sustentar a produção de informação e a formação de comunicadores sintonizados com seus interesses políticos, econômicos, ideológicos e comerciais.

Entretanto, não é raro que a citação a nossos veículos venha seguida de um, “ligado determinado sindicato/ou a partido politico”. Sempre com intenção de minar a credibilidade jornalística. Para nós, por trás da arrogância editorial que apropria aos veículos tradicionais exclusividade do direito ao jornalismo e à liberdade de expressão – e que lamentavelmente contamina colegas que acabam se tornando escudeiros ideológicos de seus patrões – está mais um sintoma de que a Rádio Capim FM 107,9, como todos os veículos que ousam remar contra a corrente ideológica da imprensa comercial – incomoda.

Em tempo: consideramos que o Sindicato dos Servidores Públicos, Sindicato Rural, Partidos Políticos, Conselhos Municipais, toda e qualquer organização social têm todo o direito de participar dos veículos de comunicação. Mas não somos “dos” sindicatos ou “dos” partidos políticos. Nossa política editorial é assumidamente socialista, humanista, voltada para o estímulo à participação social, à defesa intransigente dos direitos humanos, à busca da cidadania plena para a maioria da população e às minorias oprimidas por preconceitos nefastos, à construção de um novo modelo de desenvolvimento que viabilize o município, o estado, o país, enfim a nação para as gerações futuras. Nossas afinidades com pontos programáticos, seja dos sindicatos, seja dos partidos, dos movimentos sociais, não nos priva da liberdade editorial de produzir conteúdo que ora desagrada seus militantes e dirigentes, ora desagrada seus opositores.

Aos nossos ouvintes e seguidores que, como todos nós, se sentiram perplexos com a forma como a Rádio Capim FM 107,9 foram abordados no dia 13 de fevereiro de 2015 por fiscais da Anatel, deixando-nos fora do ar por seis meses, fica a nossa mensagem: 1) os recursos que sustentam nosso veículo de comunicação são provenientes de apoios cultural de entidades e parceiros determinados em fazer dos investimentos em comunicação uma conscientização cidadã, de prestação de serviços editoriais que têm o jornalismo como matéria-prima e de uma escassa receita de apoio cultural e patrocínios; 2) os recursos destinados pelos apoios cultural são objeto regular de prestação de contas de seus beneficiados, bem como integrantes dos programas de gestão por meio do qual são democraticamente rateados e distribuídos; e 3) todos os recursos são integralmente destinados às despesas operacionais e administrativas decorrentes da produção e veiculação de conteúdo musical, esportivo e jornalístico. 

No plano legal, a Capim FM 107,9 está em dia com suas obrigações e à disposição da Justiça. No campo da disputa pela democratização do acesso a radiodifusão e do direito de produzir informação, jornalismo, entretenimento, esporte e utilidade publica seguimos em frente. 

Hoje, 1º de setembro de 2015, estamos novamente voltando as atividades na nossa CAPIM FM 107,9. A VOZ DA PRINCESA.
A Direção.
CAPIM FM – 107,9 – A VOZ DA PRINCESA.
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Contato: (83)36221074 – 993103224 
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