sexta-feira, 8 de junho de 2012

MST ameaça invadir rádio comunitária na Paraíba


O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) ameaçou invadir a Rádio Comunitária Araçá, de Mari (PB), na manhã do dia 7 de junho, conforme noticiou o blog “Mari Fuxico”.

Tudo começou com o voto contrário ao requerimento de aplausos à rádio na Câmara, por parte do vereador Edvaldo Martins (foto), líder do MST e crítico da emissora, “dominada por influência política que favorece determinado grupo da cidade”, conforme ele. “Não sou contra a programação da rádio Araçá FM, mas contra os seus programas editoriais, que é o 'liberdade de expressão' e o do sábado. Então, eu não concordo com o posicionamento porque é uma rádio extremamente tendenciosa, voltada para atender aos interesses do prefeito”, disse Edvaldo.

Os comunicadores da rádio criticaram a posição do vereador, o qual pediu direito de resposta, chegando no estúdio da emissora com várias pessoas do Assentamento, membros do MST, e correligionários, os quais ameaçaram invadir a rádio se não fosse dado espaço para o vereador. Os comunicadores Tiago Silva e Marcos Sales, que ocupavam os microfones no momento, abandonaram o local. "Eu queria que estivessem aqui para debater comigo, porque ontem estavam com ironia, e agora todos fogem. Eu não quero agressão, apenas debater, porque política se faz debatendo idéias”, disse o vereador.

Após a fala do vereador,  os apresentadores voltaram ao estúdio e prosseguiram com o programa, sem tecer comentários sobre o episódio, porém, usando de ironias e indiretas até o final do programa.

Para Marcos Veloso, ativista do movimento de rádios comunitárias, episódios como este são resultado da falta de conselhos comunitários ativos nas emissoras, que estabeleçam parâmetros de atuação dessas rádios, principalmente no campo político. “Os conselhos comunitários das rádios existem apenas no papel, sem que exerçam sua função de estabelecer o papel das rádios comunitárias como um meio de representatividade e participação cidadã, sem politicagem e exploração comercial”, afirmou.

Com informações de