segunda-feira, 14 de maio de 2012

Comunidades defendem intervenção em rádios comunitárias


Ingá, na Paraíba.

Em muitas rádios comunitárias, os diretores agridem o estatuto ou usam de estratégias para a perpetuação na direção das emissoras, usando-as como trampolim político e até mesmo como meio de sobrevivência para um grupo isolado, sem atender ao que determinam os objetivos reais de uma estação de rádio de controle público. Várias ações na Justiça correm para que se faça valer os princípios do verdadeiro rádio popular e democrático.

Na cidade de Caputira, Minas Gerais, os diretores da Rádio Comunitária Alerta FM são acusados de graves irregularidades, entre elas a veiculação de uma programação inadequada e até mesmo desfalques no setor financeiro. Uma comissão de sócios da emissora está reorganizando a programação e instaurando auditoria interna, depois do afastamento da diretoria.

A Rádio Comunitária Alerta pertence ao empresário de bandas Jairinho, ex-prefeito da cidade, que utiliza a emissora para proselitismo político e para divulgar suas bandas e cantores sertanejos, segundo informações obtidas em blogs da cidade.

Em Ingá, no agreste da Paraíba, a Rádio Comunitária Ingá FM também está sendo questionada. O blogueiro Vavá da Luz afirmou que “a rádio comunitária de Ingá tem uma direção suspeita, por tratar-se de pessoas de um mesmo partido político e por seu Presidente ser político, aliás ex-presidente pois as eleições para a presidência já se venceram, portanto hoje, a rádio se encontra sem Presidente, nada mais vulnerável”.

O caráter comunitário é fundamental. Entidades existentes na localidade - sindicatos, associações, instituições religiosas - e pessoas físicas têm o direito de intervir na rádio comunitária e exigir participação, conforme estabelecem as normas votadas no Conselho Comunitário. Muitas emissoras que operam como comunitárias, na verdade não passam de rádios comerciais disfarçadas.