segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Eu na Rádio Comunitária Independente do Timbó


Fábio Mozart

A equipe do documentário “Feminino Plural” esteve neste sábado (11) na comunidade do Timbó, em João Pessoa, fazendo entrevistas com o pessoal da Rádio Comunitária Independente. São 14 jovens, sendo sete rapazes e sete moças, divididos igualitariamente no gênero, mas unidos pela garra que só a juventude tem, acreditando na força da comunicação para melhorar a vida dos vizinhos, parentes e aderentes.

Eu, o cinegrafista Jacinto Moreno e o diretor Rodrigo Brandão fizemos imagens da comunidade, uma das mais pobres da capital paraibana. Lá, as pessoas sobrevivem com rendas precárias, nas formas de auxílio a desempregados e aposentadorias dos mais velhos. Sofrem pela ociosidade de muitos membros e pela insuficiência das transferências de renda. Muitas dessas comunidades, semelhante ao pessoal do Jardim Veneza, São Rafael e Timbó, experimentam novas formas de satisfazer suas necessidades básicas e busca de direitos de cidadania através de associações comandadas por elementos jovens, tendo a rádio comunitária como carro chefe dessas mobilizações.

Na comunidade São Rafael, onde estivemos também filmando para o documentário, a associação que gerencia a rádio Voz Popular já instalou até uma padaria comunitária. Sempre com jovens à frente das lutas.

Na Rádio Comunitária Independente do Timbó, as mulheres comandam o show. Juliana e Edjane são as grandes lideranças. Com muito esforço, chegaram à universidade e fazem curso de comunicação para melhor desempenhar o papel de animadoras da cultura e do social em sua comunidade. A rádio é estratégica: com ela, mobilizam, anunciam as novidades, chamam para as tarefas, propagam a boa música e quebram o círculo vicioso da alienação, desmotivação e o deplorável mergulho nas drogas, lícitas ou ilícitas.

O Governo Federal, através da Anatel, fechou a rádio. O Ministério Público ameaça com pesadas multas. É uma das poucas intervenções governamentais na comunidade. No sábado em que estivemos lá, testemunhamos uma rara presença estatal, ou paraestatal, se assim podemos dizer: cabos eleitorais do atual governador pedindo votos e pregando retratos do candidato.

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